UMA REFLEXÃO SOBRE ESPIRITUALIDADE
Não foi o homem que criou o espírito, mas este é o que o torna criativo, dando-lhe o impulso inicial e a idéia feliz, a perseverança, o entusiasmo e a inspiração.
O espírito penetra de tal modo o ser humano que este corre o maior perigo de acreditar-se seu criador e possuidor.
Na realidade, porém o fenômeno primordial do espírito apodera-se do homem da mesma forma que o mundo físico é na aparência o objeto complacente das intenções humanas, quando na verdade aprisiona sua liberdade em mil laços, tornando-se uma idéia obsessiva.
O espírito ameaça inflacionar o homem ingênuo e a nossa época forneceu exemplos extremamente instrutivos a respeito. O perigo torna-se tanto maior quanto mais o objeto externo prende o interesse e quanto mais o indivíduo se esquece de que tal relação com o espírito deveria caminhar de mãos dadas com a diferenciação dos nossos relacionamentos com a natureza, a fim de criar o equilíbrio necessário.
Se o objeto interno não estiver confrontado com o objeto externo, disso resulta um materialismo sem freio acoplado a uma arrogância delirante ou a uma extinção da personalidade autônoma. (Extraído da obra “Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo de C.G. Jung).
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