CARTA DE UM SARGENTO AO COMANDANTE DO EXÉRCIO
Por Sarides Ferreira de Freitas
Militar age, executa ou produz seus deveres, sob ORDEM. Livre do jugo da
subordinação, se esquiva, se omite; seja por comodismo, descaso ou medo. Há
honrosas exceções. Nenhuma idéia, nenhum movimento, é bom suficiente para
sensibilizar e mobilizar adeptos. Em número que realmente possa fazer
diferença! Nem pensar! Aqui nunca vingou nada que se plantou. A mente dos
militares são terras inférteis.
A Esquiva, a Omissão, o Comodismo, o Descaso e o Medo, não fazem parte
da rotina da Caserna. Porque então esta dubiedade no agir. Todos os militares
sabem que a Esquiva, a Omissão, o Comodismo, o Descaso e o Medo praticados fora
da Caserna, permitiram a degradação da Nação, das FFAA e da Família Militar.
Não temos representantes no Congresso Nacional, a Presidente nos
despreza, não há lobby pelas FFAA. Ou articulamos ou breve estaremos iguais ao
Povo Cubano!
Enviei uma carta ao Comandante do Exército; isto em si, não significa
nada! É só uma carta. E se milhares de cópias forem enviadas? Com certeza
surtirá o efeito desejado. A atual conjuntura exige Atitude singular dos
militares.
Faça valer seu “juramento”... Ou então desonre–o com: A Esquiva, a
Omissão, o Comodismo, o Descaso e o Medo e deixe para seus filhos o pesadelo do
Totalitarismo.
As FFAA só atuam em defesa da Pátria por aclamação popular; como em
1964.
O povo está entorpecido. Façamos a vez do povo.
A Carta
Excelência!
É com extremada contrariedade, robusto constrangimento, exacerbada
revolta e imensurável insatisfação que me dirijo a Vossa Excelência, dado o
pressuposto, de que meu apelo cairá na vala comum das tergiversações que tem
norteado as ações dos Guardiões da Nação e da Constituição Federal, peço vênia!
Nos últimos tempos todas as autoridades, mesmo aquelas sob o compromisso
do Sagrado Juramento, estão violentando nossa Lei Maior, estão tratando a
Constituição Federal, como uma indigna prostituta.
O Supremo Tribunal e o Congresso Nacional estão a serviço do Executivo e
ambos denegam o dever maior, qual seja o de “Guardiões da Constituição
Federal”. Vão além: são useiros e vezeiros em estuprá-la. O Procurador Geral da
República e o Ministério Público, omissos.
General!
Há muito, os Três Poderes não são independentes! Só não vê o cego, o mal
intencionado ou aqueles que se locupletam neste mar de lama...
Creio piamente que Vossa Excelência não está enquadrada na cegueira, na
má intenção ou no locupletar. Destarte, ouso indagar: o que vos impede de agir
em defesa da nossa Pátria, como preceitua os vossos deveres, incluso o “Sagrado
Juramento.” Se eu, simplório, sei que as vossas atribuições não se restringem a
defender a Nação somente de inimigos externos, sendo os internos mais
execráveis, por serem apátridas traidores e com maior rigor devem ser
expurgados. Com infinita propriedade Vossa Excelência detém a extensão da
fidelidade que Vosso Cargo imputa.
Se factível, rogo justifique a prolongada tergiversação.
Ainda há tempo de remissão.
A Lei prevê revisão anual dos nossos soldos em janeiro.
LEI No 10.331, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2001. Regulamenta o inciso X do art.
37 da Constituição.
Art. 1º As remunerações e os subsídios dos servidores públicos dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, das autarquias e
fundações públicas federais, serão revistos, na forma do inciso X do art. 37 da
Constituição, no mês de janeiro, sem distinção de índices, extensivos aos
proventos da inatividade e às pensões.
Ferindo o preceito constitucional, o governo tem distribuído esmolas,
com índices fajutos, em datas aleatórias, sem nunca nos contemplar com a
revisão constitucional.
Por dez janeiros, com a vossa cumplicidade, esta regra constitucional
não foi cumprida. Gerando uma defasagem de 135%. Creio ser redundante enunciar:
“o presidente da república não pode deixar de cumprir a constituição,” sem
arcar com as consequências; com STF e Congresso Nacional a soldo do Executivo,
recai sobre vossos ombros restabelecer a normalidade democrática. Não sabemos
em nome do que, não o faz.
Senhor!
A Tropa não espera que um governo comunista a remunere bem. A Tropa quer
que o seu Comandante cumpra o papel precípuo de Comando: ser responsável pelo
destino dos subordinados. Ser responsável pelo sustento da Tropa é
responsabilidade intransferível. A Tropa não é formada por bandoleiros,
mercenários, a Tropa serve ao País. Existem Leis que a amparam. Estão à espera
de quem as façam valer. Este é o meu apelo; o apelo da Tropa.
“A Defesa da Pátria não pode se subordinar à vontade política - de
indivíduos, autoridades ou partidos – e nem aos interesses econômicos –
nacionais ou transnacionais. Na defesa da Pátria e dos Poderes Constitucionais,
a “iniciativa” (prevista no Artigo 142 da CF), deve ser dos comandantes das
Forças Armadas, em cumprimento do dever de ofício. Agir de forma contrária
significa incorrer em crime de responsabilidade ou até de prevaricação,
dependendo do caso.”
“Nada mais perigoso do que se fazer Constituição sem o propósito de cumpri-la.
Ou de só se cumprir nos princípios de que se precisa, ou se entende devam ser
cumpridos – o que é pior (...).. No momento, sob a Constituição que, bem ou
mal, está feita, o que nos incumbe, a nós, dirigentes, juízes e intérpretes, é
cumpri-la. Só assim saberemos a que serviu e a que não serviu, nem serve. Se a
nada serviu em alguns pontos, que se emende, se reveja. Se em algum ponto a
nada serve – que se corte nesse pedaço inútil. Se a algum bem público desserve,
que pronto se elimine. Mas, sem na cumprir, nada saberemos. Nada sabendo, nada
poderemos fazer que mereça crédito. Não a cumprir é estrangulá-la ao nascer'”.
Pontes de Miranda, em magistério revestido de permanente atualidade.
General!
Não há dignidade em uma Nação , quando os direitos Constitucionais são
violados, sob o olhar complacente de quem, por dever de ofício, deve coibir tal
prática.
Não há segurança nacional, quando propriedades são destruídas por
vândalos, financiados pelo governo federal com verbas públicas.
Não há segurança nacional, quando por opção ideológica, o Comandante em
Chefe das Forças Armadas, nega recursos financeiros para manter os poderes
dissuasórios, compatíveis à grandeza territorial e as incalculáveis riquezas
Descumprir uma vírgula da Constituição Federal é crime! Neste
desgoverno, todos estão descumprindo-a.
“Por isso, na hora de decidir se age ou não na defesa da pátria e da
soberania, o comandante militar não precisa ficar com a dúvida. Quando tiver a
obrigação de cumprir o que define a Constituição, não corre risco de ser
acusado de “golpista” – como é o temor geral pós-64, que apavora as legiões.”
“O servidor público militar que tiver medo de cumprir a Lei Maior, deve
mudar de profissão ou passar para o lado do crime organizado, cuja lei é a
barbárie. Não serve para “servir” às Forças Armadas.”
Vossa Excelência sabe que por vossa omissão, os melhores quadros das
FFAA estão renunciando à sua vocação primeira, para não passarem pelo
constrangimento de na ativa, virar CAMELÔS!
Contando com a vossa aquiescência, nós , os deserdados dos reajustes
salariais, que os políticos concedem a si mesmos , esperamos ansiosos , que nos
próximos janeiros, Vossa Excelência nos agracie com a revisão anual insculpida
na Lei Maior. Por ver a Constituição ser tratada como uma hetera, lesado pela
queda do poder aquisitivo dos meus vencimentos, ignizado, extravasei! Dê um
basta nesta inconstitucionalidade. “Ultima ratio”.
“Sol lucet omnibus”.
eivindicar um direito não é crime. Não somos litigantes desonestos,
queremos apenas o que a inflação tomou. Só não temos quem advogue por nós.
Estamos ÓRFÃOS... Sem ARRIMO...
Se não houver pressão da base, a cúpula permanecerá estática, somente
uma ação provoca reação, ou lutamos por nossos diretos ou pereceremos (na
mendicância).
Tergiversação, conduta permanente dos descompromissados com a honra!
Todo brasileiro que tenha recursos para isso está autorizado e
solicitado desde já a reproduzir este aviso e fazê-lo publicar no órgão de
mídia de sua preferência, assim como a divulgá-lo por quaisquer outros meios ao
seu alcance. Preservado o Teor e a Fonte.
Sarides Ferreira de Freitas é 2º Sargento Reformado do EB.
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