DE ONDE VEM OS POLÍTICOS?
02 de novembro de
2012
Bernardino Vendruscolo |
Praticamos
condutas que
alimentam
(com enorme
força, se
somadas) a
indústria
da "vantagem"
condutas que
alimentam
(com enorme
força, se
somadas) a
indústria
da "vantagem"
FÁBIO SOARES PEREIRA*
De onde vêm os políticos? Quem são
eles? Do que se alimentam, onde vivem? Será que gostam de futebol? E,
sobretudo, por que tantos deles seriam tão desonestos?
Por mais surpreendente que possa parecer _ não deixe de perceber a ironia_, os políticos não vêm de outro planeta e também não representam uma categoria diversa de ser humano.
Mas por que muitos "deles" estão frequentemente envolvidos em reiterados escândalos de corrupção? Por que organizariam, por exemplo, um pagamento orquestrado de mesadas a parlamentares em troca de apoio político ("mensalão")?
Essas e outras tantas perguntas sobre o que "lá" (no ambiente político) acontece encontram resposta _ paradoxalmente _ "aqui" (na vida em sociedade).
Para começo de conversa, é difícil imaginar a prática de qualquer ato de corrupção no espaço público que não decorra do prévio encontro, em maior ou menor medida, de solo fértil na esfera privada. E, queiramos ou não admitir, os políticos são tão desonestos como muitas vezes somos, mesmo porque, entre "nós" e "eles", existe, essencialmente, apenas uma diferença: um mandato eletivo (em alguns casos, como ministros ou secretários de Estado, uma simples uma nomeação).
"Nós" _ que muitas vezes furamos filas, instalamos "gatos" de energia elétrica ou de televisão a cabo, passamos pontos referentes a multas de trânsito para outros motoristas, ficamos com o troco que recebemos por engano, não devolvemos objetos encontrados _ praticamos incontáveis condutas que, embora pareçam de menor importância, socialmente insignificantes se comparadas a escândalos como o mensalão ou as máfias das ambulâncias e das merendas escolares, alimentam (com enorme força, se somadas) a indústria da "vantagem".
Enquanto praticarmos _ e, pior do que isso, enaltecermos _ tais condutas, considerando-as normais ou mesmo louváveis, por serem representativas de esperteza, não escolheremos corretamente nossos representantes. De fato, se não soubermos atribuir, em nossa vida social, a devida importância a valores que não combinam com a corrupção, continuaremos mandando mais do que há de ruim em "nós" para "lá". E, assim agindo, ajudaremos a manter contaminado o ambiente político, seduzindo para a vida pública cada vez mais pessoas desonestas.
Se isso é verdade, e parece realmente ser, a mudança pode vir de dentro (sociedade) para fora. E nada como uma eleição recém-encerrada para que se reflita, mais uma vez, sobre os valores que queremos ver estampados nas campanhas políticas e concretizados durante o exercício dos mandatos de nossos escolhidos.
Por mais surpreendente que possa parecer _ não deixe de perceber a ironia_, os políticos não vêm de outro planeta e também não representam uma categoria diversa de ser humano.
Mas por que muitos "deles" estão frequentemente envolvidos em reiterados escândalos de corrupção? Por que organizariam, por exemplo, um pagamento orquestrado de mesadas a parlamentares em troca de apoio político ("mensalão")?
Essas e outras tantas perguntas sobre o que "lá" (no ambiente político) acontece encontram resposta _ paradoxalmente _ "aqui" (na vida em sociedade).
Para começo de conversa, é difícil imaginar a prática de qualquer ato de corrupção no espaço público que não decorra do prévio encontro, em maior ou menor medida, de solo fértil na esfera privada. E, queiramos ou não admitir, os políticos são tão desonestos como muitas vezes somos, mesmo porque, entre "nós" e "eles", existe, essencialmente, apenas uma diferença: um mandato eletivo (em alguns casos, como ministros ou secretários de Estado, uma simples uma nomeação).
"Nós" _ que muitas vezes furamos filas, instalamos "gatos" de energia elétrica ou de televisão a cabo, passamos pontos referentes a multas de trânsito para outros motoristas, ficamos com o troco que recebemos por engano, não devolvemos objetos encontrados _ praticamos incontáveis condutas que, embora pareçam de menor importância, socialmente insignificantes se comparadas a escândalos como o mensalão ou as máfias das ambulâncias e das merendas escolares, alimentam (com enorme força, se somadas) a indústria da "vantagem".
Enquanto praticarmos _ e, pior do que isso, enaltecermos _ tais condutas, considerando-as normais ou mesmo louváveis, por serem representativas de esperteza, não escolheremos corretamente nossos representantes. De fato, se não soubermos atribuir, em nossa vida social, a devida importância a valores que não combinam com a corrupção, continuaremos mandando mais do que há de ruim em "nós" para "lá". E, assim agindo, ajudaremos a manter contaminado o ambiente político, seduzindo para a vida pública cada vez mais pessoas desonestas.
Se isso é verdade, e parece realmente ser, a mudança pode vir de dentro (sociedade) para fora. E nada como uma eleição recém-encerrada para que se reflita, mais uma vez, sobre os valores que queremos ver estampados nas campanhas políticas e concretizados durante o exercício dos mandatos de nossos escolhidos.
Artigo de Fábio Soares Pereira,
compartilhado pelo Vereador Bernardino no Facebook, hoje às 18h10min.
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