BATALHA DO ARMAGEDOM A GRANDE REVOLUÇÃO

Há muitos anos que deixei de acreditar em revoluções no sentido convencional como meio eficaz para transformações da sociedade. Desde então tenho entendido que a humanidade jamais atingirá suas metas pela força do braço armado e sim pelas transformações interiores em cada ser humano.
Concordo com Agostinho da
Silva, professor da Universidade de Lisboa quando disse:
“A revolução não virá de
movimentos de massas e de associações organizadas e conferências internacionais
e de discussões teológicas ou filosóficas. Tal idéia é totalmente absurda. A
Revolução virá, bem pelo contrário, do interior de cada um de nós. Antes de
pensarmos em irmos para a rua, segurando cartazes e clamando gritos de ordem,
devemos olhar para dentro de nós e refletir sobre o que podemos mudar acerca
das nossas atitudes, o que devemos aprender por forma a sermos cidadãos mais
atuantes e a contribuirmos de forma mais ativa para o necessário despertar da
Sociedade Civil.”
Não podemos ser radicais a
ponto de não permitir nenhum ativismo mais contundente em momentos excepcionais
como ocorreu na cognominada “Primavera Árabe”, episódios de força isoladamente
às vezes são necessários, embora, sempre lamentáveis. Mas o nosso foco deve ser
os valores do Cristianismo da Paz e da não-violência
O Príncipe da Paz X o deus da
guerra
Desde o primeiro século até
hoje os cristãos atribuem diferentes designações a Jesus Cristo: “Rei”,
“Senhor”, “Salvador”, etc., mas a meu sentir a mais linda é “Príncipe da Paz”.
Jesus disse: “Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes
dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo.” (João
14:27)
Hodiernamente vemos bem
delineado o confronto entre duas tendências mundiais que eu classifico como luz
e trevas. De um lado o crescimento galopante da indústria bélica mundial (deus
da guerra) decorrente da corrida armamentista de países árabes e dos países
ocidentais em face ao terrorismo, e, de outro lado, em sentido diametralmente
oposto, constata-se a expansão do Cristianismo e a não-violência, na Ásia (Índia,
China, Vietnã e Coréia do Norte) e mais recentemente e intensamente entre os
povos mulçumanos, embora o preço esteja sendo elevado, Cristãos, até mulheres e
crianças, estão sendo assassinados com requintes de crueldade por
fundamentalistas islâmicos.
A filosofia da não-violência
emergiu do Cristianismo e está sendo amplamente utilizada em movimentos pelo
trabalho, pela paz, pelo meio ambiente e pelos direitos das mulheres. No
entanto, outra maneira de utilizar a tática de não-violência é com o intuito de
direcionar a opinião pública (principalmente a internacional) contra regimes
políticos extremamente repressivos, expondo ao mundo os excessos cometidos
contra manifestações de cunho pacífico.
Jesus Cristo foi o arquiteto
da doutrina da não-violência e depois dele outros grandes homens têm propagado
esse ensinamento. Na história recente o seu mais ardoroso pregador foi Lev
Nikoláievich Tolstói, também conhecido como Léon Tolstói, um dos grandes da
literatura russa do século XIX, juntamente com Fiódor Dostoiévski, Gorki e
Tchecov, em seu livro "O Reino de Deus está em vós", Tolstói
idealiza uma sociedade baseada na compaixão e em princípios Cristãos, entre os
quais, a não-violência.
Penso ser interessante narrar
brevemente um pouco da vida de Tolstói e sua conversão ao cristianismo.
Embora extremamente
bem-sucedido como escritor e famoso mundialmente, Tolstói atormentava-se com
questões sobre o sentido da vida e, após desistir de encontrar respostas na
filosofia, na teologia e na ciência, deixou-se guiar pelo exemplo da vida
simples dos camponeses russos, a qual ele considerou ideal. A partir daí, teve
início o período que ele chamou de sua "conversão".
Seguindo ao pé da letra a sua
interpretação dos ensinamentos cristãos, Tolstói encontrou o que procurava,
cristalizando-se então os princípios que norteariam sua vida a partir daquele
momento, recusando a autoridade dos governos humanos e de qualquer igreja
formal, objetivando resgatar os valores da Igreja Primitiva do primeiro século
d.C. Criticou também o sistema judicial vigente e o direito à propriedade
privada, criticou a sociedade e o intelectualismo estéril e pregou o conceito
Cristão de não-violência.
Após sua conversão, Tolstói
deixou de beber e fumar, tornou-se vegetariano e passou a vestir-se como
camponês.
A obra desse escritor russo
influenciou Gandhi, um de seus mais importantes admiradores, nesta época ainda
na África do Sul, na luta pela independência da Índia e Martin Luther King nos
Estados Unidos da América na luta pela emancipação de pobres, negros e
mulheres.
Qualquer projeto de
transformação da humanidade que prescinda de Deus está fadado ao fracasso,
nenhuma transformação autêntica e duradoura para a humanidade advirá sem que
haja profunda transformação interior nos habitantes do planeta, na maneira de
pensar e agir e o Criador de todas as coisas deve estar no centro de tudo.
Sem Deus, o homem não sabe
para onde ir e não consegue sequer compreender quem é. Perante os enormes
problemas do desenvolvimento dos povos que quase nos levam ao desânimo e à
rendição, vem em nosso auxílio a palavra do Senhor Jesus Cristo que nos torna
cientes deste dado fundamental: « Sem Mim, nada podeis fazer » (Jo 15, 5), e
encoraja: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt 28, 20).
Diante da vastidão do trabalho a realizar, somos apoiados pela fé na presença
de Deus junto daqueles que se unem no seu nome e trabalham pela justiça. « Se o
Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não
guardar a cidade, em vão vigia a sentinela » (Salmo 127:1).
O Professor e Conferencista
Gary Fisher[1] afirma
que sem o arrependimento dos pecados acompanhado de uma transformação radical
no estilo de vida, não haverá conversão autêntica:
“O arrependimento, que é
essencial à verdadeira conversão (Atos 2:38; 17:30), envolve morte ao pecado
(Romanos 6). A Bíblia o compara à morte e ressurreição de Cristo. Tem que haver
uma mudança de estilo de vida radical. A Bíblia usa termos como matar o velho
homem e revestir-se com o novo, e descreve com minúcias as mudanças exatas que
precisam ser feitas (examine Efésios 4:17-32; Colossenses 3). Maus hábitos —
embriaguez, imoralidade sexual, ira, ganância, orgulho, etc. — precisam ser eliminados
da própria vida, ao passo que devem ser acrescentados o amor, a verdade, a
pureza, o perdão e a humildade. Este é o resultado do arrependimento.
Muitas pessoas tentam ser
convertidas e converter outras, sem arrependimento. Elas ensinam um cristianismo
indolor, que não exige sacrifício. Elas salientam as emoções, a felicidade e as
bênçãos, porém pensam pouco sobre as mudanças reais que a conversão exige na
vida diária da pessoa. Entendamos isto claramente: Não há conversão sem
transformação. Aquele que creu e foi batizado, aquele que até mesmo foi aceito
numa igreja e participa fielmente das atividades religiosas, mas que não se
arrependeu, não é salvo. O arrependimento é um compromisso sério, determinado,
para mudar sua própria vida.”
A batalha do Armagedom aparece
citada duas vezes no livro de Apocalipse (Revelação), o último livro da Bíblia,
mas ultimamente o nome Armagedom tem sido mais associado a uma catástrofe
mundial ou a uma guerra nuclear.
Neste livro da Bíblia,
conta-se que antes da batalha final, os exércitos se reunirão na planície
abaixo de "Har Meggido" (a colina de Meggido). Em seguida Deus
destruirá a iniqüidade e preparará o caminho para um tempo de paz e justiça
(Apocalipse 16:14,16; Salmo 92:7).
Uma vez que o livro é escrito
em linguagem simbólica, profética, dá margem a inúmeras interpretações pelos
diversos segmentos cristãos.
Muitos entendem que a batalha
do Armagedom não é uma alegoria literária ou um mito, que será um evento real e
de proporções trágicas, um confronto de forças militares reais no Oriente Médio
com utilização de armas devastadoras.
Embora se saiba que a ameaça
de bombas atômicas continua sendo uma espada sobre nossas cabeças, que o Estado
de Israel teria entre 80 e 200 ogivas nucleares, segundo avaliam analistas
internacionais, e, que o Irã já lançou satélite espião ao espaço, que dispõe de
mísseis de longo alcance e possivelmente já teria a sua bomba atômica ou
estaria na iminência de obtê-la, eu ainda prefiro não acreditar na hipótese de
uma hecatombe nuclear, prefiro focar meu olhar na Misericórdia e na Graça de
Deus e não nas circunstâncias, por isso, me inclino a crer que a batalha do
Armagedom simboliza a luta entre a luz e as trevas, o confronto do Príncipe da
Paz contra o deus da guerra, o deus deste mundo tenebroso e cujo teatro de
guerra (área de confronto) tem início no interior do homem, expandindo-se para
o exterior a começar pela Igreja, sociedade, política, quando os governos
humanos corruptos serão substituídos pelo Reino de Deus na terra (Apocalipse
11:15).
Talvez a implantação do Reino
de Deus já tenha começado, pois, no quadro político mundial o impensável está
acontecendo, ditadores corruptos caem como moscas nos principais países árabes
do Norte da África e no Oriente Médio.
A crise da dívida dos
Estados Unidos e da Europa desestabilizou os sistemas políticos europeus e
americanos, seis primeiros-ministros europeus caíram em curto período de tempo.
No Brasil em menos de um ano
vários Ministros de Estado caíram sob suspeita de corrupção.
Esse vento impetuoso que está
varrendo a sujeira do mundo em breve chegará à América do Sul e a outros
continentes, muitas cabeças ainda vão rolar.
Mas o que é o Reino de Deus?
Entre os teólogos cristãos
existem conceitos divergentes, mas não incompatíveis quanto ao que é
concretamente o Reino de Deus, que podem ser sintetizado em dois pontos:
· um
governo real e/ou universal de Deus estabelecido no Céu e também na Terra
completamente renovada no fim dos tempos, no dia do Juízo final e com
existência eterna;
· uma
condição interior de dimensão pessoal, de caráter espiritual, moral, mental e
psíquico/psicológico, existente em todos aqueles que estão na graça de Deus e
que seguem verdadeiramente a vontade de Deus e os ensinamentos e exemplo de
Jesus Cristo;
Pessoalmente entendo que o
Reino de Deus tem simultaneamente uma dimensão pessoal, de caráter espiritual e
moral, em cada homem; e uma dimensão universal que se manifestará no fim dos
tempos, no dia do Juízo Final, quando tudo se consumará e estabelecerá uma nova
Terra e um novo Céu, onde os justos vivem em Deus, com Deus e junto de Deus.
Os valores principais do Reino
de Deus são a verdade, a justiça, a paz, a fraternidade, o perdão, a liberdade,
a alegria e a dignidade da pessoa humana.
Portanto, cabe ao homem
trabalhar pela implantação do reino de Deus na sua dimensão pessoal, espiritual
e moral, através de uma radical mudança de vida e de valores morais, extirpando
seus maus hábitos e buscando o desenvolvimento do reto pensar e o agir
edificante e frutífero para si e para a sociedade.
[1] Estudos da Bíblia, C. P. 60804, São Paulo, SP,
05786-970 - www.estudosdabiblia.net
FONTES DE PESQUISA:
Universidade de Lisboa;
Enciclopédia Wikipédia;
Bíblia Online;
Blog spedeus;
lionofjudahministry.org;
Estudosdabiblia.net;
movv.org;
Movimento Internacional
Lusófono.
(*) Jurista, escritor, pesquisador.
(**) Autor membro do portal CEN, sociedade literária para
difusão da cultura lusófona, com sede em Lisboa.
Contato: rogowski@sapo.pt
Twitter: @dr_rogowski
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