ERASMUS DARWIN E A ÁRVORE DA VIDA
Por GERALDO
SALGADO-NETO
RESUMO No
século XVIII, Erasmus Darwin propôs a transmutação das espécies e as leis da
vida orgânica (seleção artificial,natural e sexual), porém a idéia não foi compreendida
na época. Além disso, sua figura tem sido pouco explorada e discutida pelos
historiadores da ciência. O objetivo deste artigo não é só discutir os aspectos
em que ele se baseava, seguindo conceitos de Jean-Jacques Russeau, Adam Smith e
de David Hume, mas também as contribuições do próprio Erasmus Darwin.
ABSTRACT Erasmus Darwin proposed inthe
18th century the transmutation of speciesand the laws of organic life
(artificial, naturaland sexual selection), but he was not understoodat that
time. Besides, his views have been littleexplored and discussed by historians
of science. The objective of this article is not only to discuss aspects in
which he was based followingJean-Jacques Russeau, Adam Smith and David Hume
ideas, but also Erasmus Darwin’s own contributions. Key words epistemology;
science history; evolution.
Erasmus
Darwin (1731–1802)1 é normalmente reconhecido como o avô paterno de Charles
Robert Darwin (1809–1882)2. Porém suas contribuições vão além de uma obra
escrita e publicada em forma de versos.Erasmus Darwin promoveu e organizou
várias sociedades ligadas à Maçonaria (livres-pensadores), ao desenvolvimento
científico e à revolução industrial e tecnológica da Inglaterra. Além disso, é
considerado o fundador do evolucionismo moderno, proposto a partir das leis da
vida orgânica, publicadas em 1792.3 Os historiadores negligenciaram Erasmus
Darwin, e a razão disso talvez fosse o fato de haver escrito as suas obras
principais como poeta, em versos; os versos raramente são levados a sério.
Talvez tenha sido essa uma forma de proteger-se e lançar-se à posteridade.4
Erasmus
Darwin era filho mais moço de Robert Darwin, advogado de Nottingham; depois de
anos na Chesterfield School (Edimburgo), entrou na universidade de Cambridge,
onde estudou os clássicos, matemática e medicina, e recebeu o diploma de médico
em 1756 (Medical Doctor M.D.). Mudou-se a seguir para Lichfield, onde veio a
ganhar muita fama como médico, a ponto de ser convidado pelo Rei George III,
para ser seu médico particular, posto que recusou com distinção, por motivos políticos.
Foi um dos mais notáveis médicos ingleses de seu tempo, suas habilidades
diagnósticas eram extraordinárias, ganhou fama e fortuna como médico (grátis
para os pobres e caro para os ricos).5
Ao longo dos séculos XVIII e XIX, dois acontecimentos históricos impulsionaram as investigações sobre a origem da vida: primeiro, o grande desenvolvimento da ciência, principalmente da anatomia, fisiologia e microscopia, deu força à ideia da proximidade entre os seres vivos e a matéria inanimada; e segundo, a revolução francesa, que reduziu a autoridade do rei e da igreja nos países europeus, possibilitou o aparecimento e a divulgação de teorias científicas consideradas até então como hereges. Nessa época havia diferentes correntes de pensamento científico. A primeira dessas interpretações era chamada de Vitalogia ou Vitalismo, caracterizada por postular a existência de uma força ou impulso vital sem o qual a vida não poderia ser explicada. Trata-se de uma força específica, distinta da energia estudada pela Física e outras ciências naturais, que, atuando sobre a matéria organizada, daria como resultado a vida.
Essa postura
opunha-se às explicações mecanicistas que apresentavam a vida como fruto da
auto-organização dos sistemas materiais
que lhe servem de base. Para os mecanicistas, seres vivos eram sistemas
mecânicos bastante complexos, mas que em
essência não se distinguiam dos demais sistemas do universo, e a chave do
desenrolar da vida estava no
desvendamento
de como funcionavam esses sistemas, reduzindo-os a unidades básicas.6
A
transmutação das espécies vivas
Erasmus
Darwin F.R.S. (Fellow of the Royal Society) fazia parte de um grupo de elite de
pessoas esclarecidas (Rosacruz)
que trabalhavam em conjunto na busca do conhecimento, o chamado “Colégio
Invisível”. Criado por Robert Boyle
(1627–1691), em 1641, o “Colégio Invisível” era uma associação de homens
excepcionais. Entre 1660 e 1663, por
vontade do rei Carlos II, ele foi transformado gradualmente em Royal Society,
oficialmente fundado em 1660. A nova
associação foi uma das matrizes da comunidade científica moderna, tendo sido
concebida e organizada desde o início
para ser um fórum internacional de cientistas, onde o livre-pensamento poderia
fluir através da teia de socio correspondentes
que tinha se espalhado pela Europa.7
Na França
praticavam-se as ideias de Rousseau, Voltaire, La Mettrie, Diderot e Holbach.
Erasmus Darwin era um livre-pensador
e acreditava nas ideias de Jean-Jacques Russeau (1712–1778) de que o pensamento
de cada indivíduo deveria
refletir-se sobre suas atitudes e a busca sempre do caminho do bem e da
perfeição; desta maneira a sociedade iria
caminhar naturalmente para o progresso.8 Considerado como ateu, Erasmus Darwin
era na realidade um deísta ardoroso,
e aceitava plenamente o grande arquiteto como criador do universo.9
Ele
provavelmente considerou a árvore hermética
ou árvore da vida, a mítica árvore do bem e do mal do gênesis bíblico, que,
entre outras coisas, representava os degraus
da escada das formas. A transmutação da vida era representada pelas sete chamas
do candelabro de sete braços.10
Era uma grande cadeia do ser.11 “A mudança dos corpos em luz e da luz em corpo
está perfeitamente de acordo com
as leis da natureza, pois a natureza parece encantada com a transmutação”.12
Em 1760,
Erasmus Darwin iniciou a organização do círculo lunar, com encontros acertados
durante a lua cheia, e, em 1765,
em Lichfield, concretizou a sociedade lunar, dando apoio financeiro aos
iniciantes em pesquisas. Os encontros adquiriram
maior dimensão com a crescente adesão de mais gente talentosíssima, e, em 31 de
dezembro de 1775, foi
registrado oficialmente o nome de Lunar Society of Birminghan, que se
constituía em um estado-maior de gênios e de
empreendedores (empresários). Os Lunaticks reuniam-se em noites de lua
cheia, Birminghan era o centro da nova cultura
industrial. Os mecânicos lunares introduziram tecnologias novas, uma indústria
química e uma mentalidade empresarial;
outros artesãos lunares especializaram-se em relógios e em instrumentos de
precisão e medição e na organização
de fábricas. Era um conclave de bons amigos que se juntavam uma vez ao mês para
trocar ideias, comer e beber
alguma coisa, e provocar discussões para se estimularem e fazerem novos
inventos.13
Erasmus
Darwin, além de médico, era poeta, físico, biólogo, botânico e naturalista;
como mecânico e inventor, aperfeiçoou uma
carruagem estável o suficiente para realizar curvas e percorrer grandes
distâncias em altas velocidades, podendo visitar seus pacientes em
lugares distantes; também desenvolveu um moinho de vento horizontal para
pulverizar pigmentos em cerâmicas e projetou
caixas de música e falantes, capazes de pronunciar o pai-nosso, o credo e os
dez mandamentos em inglês.14
Erasmus
Darwin era um gigante, um brilhante bon vivant, cuja sombra se estendeu
pelas gerações posteriores.
Seus
trabalhos mais importantes foram The botanic garden (1789–1791); Zoonomia
(1792–1794–1796); Phytologia (1800); e The temple of nature (1803).
As
principais ideias sobre a transmutação das espécies estão expressas no poema The
botanic garden, de 1789, e especialmente no tratado Zoonomia; or, The
laws of organic life, de 1792, com quatro
volumes e mais de 2000 páginas.15
O livro Zoonomia
foi escrito na pequena cidade inglesa de Breadwall, perto de Derby. Erasmus
Darwin, que era um homem
grande e gordo, e sofria de um defeito sibilante de pronúncia, escreveu esse
poema didático de muitas estrofes de 1781
até 1798. Ele não pertencia a nenhuma escola ou método, seguindo seu próprio
caminho de maneira um tanto
esquisita
e original. Darwin certamente conhecia os grandes museus de Londres e lá podia
meditar sobre a pasmosa adaptação
de muitas plantas e animais ao ambiente, observando os insetos venenosos, os
répteis armados e os pássaros de cores
dissimulativas, podendo refletir sobre os meios que os seres vivos usavam para
se defender de seus inimigos.
Nas salas
e rotundas dos museus, cujas paredes estavam povoadas de aves, liras
australianas, pinguins antárticos e macacos
sul-americanos, podia fazer muitas perguntas, cujas respostas, segundo lhe
parecia, eram mais importantes do que
marcar os animais empalhados com rótulos lineanos, embora fosse um grande
admirador de Lineu.16
Na obra de
Erasmus Darwin havia qualquer coisa de François Levaillont (1753–1824), que
afirmava que os livros dos sábios
eram um nada diante do grande livro da natureza. Viajar ao estrangeiro era-lhe
impossível, pois tinha de atender em sua
clínica, por isso viajava em pensamento e via pelo menos tanto quanto os
exploradores em suas expedições.
Lia as
notícias deles com atenção e espírito crítico, ocupava-se com a vida social das
grandes manadas de animais dos trópicos,
com o mistério das plantas que devoravam insetos, com a simbiose e o mimetismo,
com milhares de coisas sem
interesse para os professores da era do formalismo. Nos museus, Erasmus Darwin
comparava espécies do
velho com
espécies do novo mundo, espécies tropicais com espécies árticas, e procurava
descobrir por que eram tão diferentes.
Tudo o que via, ele captava com memória fotográfica e guardava. Depois voltava
para Breadwall e para sua mesa de
trabalho, onde lia grandes obras.17
Seus
livros prediletos (outro traço estranho nesse homem estranho) não eram, como se
podia esperar, tratados de
história natural. Ele lia tudo o que dizia respeito ao seu campo de interesse,
mas apreciava acima de tudo dois filósofos,
Adam Smith (1723–1790) e David Hume (1711–1776), e inspirava-se neles para seus
trabalhos. Adam Smith era
economista e David Hume intitulava-se “anatomista da alma humana”. Smith
estabelecia princípios econômicos, e Hume,
princípios sobre a crítica do conhecimento. Erasmus Darwin iria construir com
isso os alicerces de um novo sistema de
ciências naturais.
O livro de
Adam Smith intitulava-se An inquiry into the nature and causes of the wealth
of nations (Uma investigação sobre a
natureza e as causas da riqueza das nações) e era a bíblia da economia nacional
dos Whigs (liberais Ingleses).
“A força
motriz da evolução humana é a livre concorrência das forças”. Erasmus Darwin
sublinhou essa frase do livro, e, se Smith
estivesse certo, isso queria dizer que também na natureza os concorrentes
lutavam pela vida e desse modo iriam
evoluindo.18 Era certo que o homem não estava sujeito a leis especiais, ele
tinha se adaptado ao seu ambiente e
desenvolvido instintos sociais por simples razões econômicas, e o mesmo se dera
com os outros animais e plantas.
A livre
concorrência das forças excluía o inútil e favorecia o que era útil. Exatamente
como, nas entidades econômicas de uma
nação, os preços, os salários e os lucros regulavam-se por si mesmos, ninguém
intervindo para perturbá-los, na
natureza, tudo se regulava por si mesmo. Assim Erasmus Darwin aplicou o
liberalismo de Adam Smith e dos Whigs ingleses
aos processos da natureza.
Em David
Hume, Darwin encontrou algo para completar esse quadro. Hume ensinara que não
havia propriamente metafísica,
mas apenas impressões dos sentidos e experiências. O filósofo que medita sobre
as coisas do mundo e procura
transpor as fronteiras da percepção de seus sentidos apenas liga uma
experiência à outra e espera que causas
semelhantes produzam efeitos semelhantes. Por outro lado, a experiência nos
mostra que tudo evolui, cada personalidade,
cada cultura, cada estado. Daí, concluía Hume, também o mundo deveria ter
evoluído pouco a pouco, partindo
de pequenos começos. Essa ideia, Erasmus Darwin anotou em seu diário, concorda
com o que podemos Revista
Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 96-103, jan |
jun 2009 observar
continuamente. Não vemos em toda a criação nenhuma parada, mas um contínuo
aperfeiçoamento. Vemos como as
partes firmes e habitadas da terra aumentam. Verificamos isso em nós mesmos, no
aumento crescente da nossa
sabedoria e da nossa felicidade. Para Erasmus Darwin, evolução significava
sempre uma ascensão, ele não podia conceber
um retrocesso na natureza e na historia da humanidade.19
[...] o
próprio mundo poderia ter sido gerado, em lugar de criado; quer dizer, poderia
ter sido produzido gradualmente
de começos muito pequenos, enquanto aumentava a atividade de seus princípios
inerentes, em lugar
de por uma evolução súbita do todo através da ordem toda-poderosa Fiat
[faça-se]. - Isso que é uma ideia
magnífica do poder infinito de O GRANDE ARQUITETO! A CAUSA DE CAUSAS! PAI DE
PAIS! ENS ENTIUM
[ser supremo]!20
Erasmus
Darwin já meditava profundamente sobre uma série de questões que só cem anos
mais tarde se encontrariam no
centro da pesquisa evolutiva. As ideias de hereditariedade, mimetismo, seleção
artificial, seleção natural e seleção
sexual aparecem nele pela primeira vez em conexão com a ideia evolucionista.21
Uma grande
necessidade de parte do mundo animal consistiu no desejo da posse exclusiva das
fêmeas; e estes
adquiriram armas para combater um ao outro para este propósito, como a pele
córnea muito grossa, no ombro
do javali é uma defesa somente contra animais da própria espécie que golpeiam
obliquamente [...]. A
causa final desta competição entre os machos parece ser, que o animal mais
forte e mais ativo deveria
propagar as espécies que deveriam ser melhoradas por isso.22
A herança
dos caracteres adquiridos é uma ideia encontrada já desde a antiguidade,
admitida por Lamarck e Erasmus
Darwin. “Cada ser vivo era uma criação nova forjada ao contato com o seu
ambiente e podia transmitir aos descendentes
as suas qualidades, inclusive às novas aquisições. Deste modo resultou de
poucos arquétipos imperfeitos a
multiplicidade de formas animais e vegetais”.23 Erasmus Darwin escreveu sobre
os “instintos adquiridos” e citou exemplos,
como o das gralhas, que distinguiriam que o perigo é maior quando o homem esta
armado: “[as gralhas] visivelmente
distinguem que o perigo é maior quando o homem está armado de uma
espingarda”.24
O homem
era parte da natureza. Ele havia se destacado gradualmente dos outros seres
vivos, mas continuava incluído
em sua concorrência. Como as outras criaturas, precisava lutar. Na livre
concorrência das forças, os seres se punham à
prova entre si. Cada espécie fazia o melhor que podia para se aperfeiçoar e
vencer a concorrência. E assim a natureza
evoluía cada vez mais, cada uma das suas partes ia se tornando cada vez mais
perfeita e, não obstante, o todo não
se desequilibrava, porque as leis econômicas se encarregavam do necessário
balanceamento.25
Se
pudéssemos entender infinidades, exigiríamos uma grande infinidade de poder
para causar as causas e efeitos,
do que causar os efeitos eles mesmos. Esta ideia é análoga à excelência
observada em toda parte da
criação; como no aumento progressivo das partes sólidas ou habitáveis da terra
e da água; e no aumento
progressivo da sabedoria e felicidade de seus habitantes; e é consoante à ideia
de nossa situação presente
sendo um estado de provação que por nosso esforço podemos melhorar,
consequentemente somos
responsáveis
por nossas ações.26
O
melhoramento de espécies através da seleção artificial ocorre desde a pré-história
da humanidade, entretanto o termo
“eugenia” é atribuído a outro neto brilhante de Erasmus Darwin, Francis Galton
(1822–1911), que a definiu, a partir
de sucessivos artigos publicados, como “o estudo dos agentes sob o controle
social que podem melhorar ou empobrecer
as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente”.27
Secundariamente,
quando refletimos sobre as grandes mudanças introduzidas em vários animais
através da criação
artificial ou acidental, como em cavalos que exercitamos para propósitos
diferentes de força ou velocidade
ou em cachorros que foram criados para força e coragem como o buldogue; ou para
agudez do faro, como
o cão de caça; ou para a velocidade, como o galgo; ou com as mudanças das
formas do gado que esteve
domesticado desde a antiguidade, bem como camelos, e ovelhas; que sofreram uma
transformação, tão grande
que agora não sabemos de que espécies selvagens eles se originaram.28
Apesar das
influências de Erasmus Darwin, Francis Galton (1883) acreditava que a raça
humana encontrava-se em
constante evolução, e que a eugenia só aceleraria esse processo. Sempre existiu
receio quanto ao uso da eugenia nos seres
humanos, e, de fato, é impossível mudar a natureza humana, negando o caráter
animal de nossa espécie.
A grande
contribuição de Erasmus Darwin foi relacionar o conceito de ancestralidade com
seleção artificial, seleção natural e
seleção sexual, sendo assim construídas as bases da ideia evolucionista.
Some ainda
a estas grandes mudanças de forma e cor que vemos diariamente produzirem
animais semelhantes
aos da nossa domesticação, como coelhos, ou pombos; ou da diferença de climas e
até mesmo de estações;
assim as ovelhas de climas mornos estão cobertas com pêlos em vez de lã; e as
lebres e perdizes das
latitudes frias que ficam enterradas muito tempo na neve ficam brancas durante
os meses de inverno; some estas
variadas mudanças que produziram diferentes formas, as doenças ocasionadas
pelos hábitos de vida;
originando através da intoxicação, deformações no semblante com erupções
leprosas que por muitas
gerações, se tornaram hereditárias.29
Considerações
finais Erasmus
Darwin foi avaliado como um poeta exótico, os ingleses leram seus versos e não
encontraram nada de mais.
Colocaram seu livro na estante junto a outros volumes, juntando poeira. Mas o
período tumultuoso que se seguiu a
revolução francesa marcou o fim da sociedade lunar, e a obra máxima de Erasmus
Darwin, Zoonomia, foi ferozmente criticada
e tratada como lixo titilante, sendo ele exposto ao ridículo por propaganda
inspirada pelo governo que interpretava
sua poesia como em favor dos franceses; o nome dos Darwin foi associado ao
ateísmo subversivo.30
Erasmus
Darwin alimentou durante muitos anos a esperança de que sua obra seria
conservada. Desejava que seus três
filhos (Charles, Robert e Erasmus Jr.) continuassem quebrando a cabeça com a
questão de saber de que modo, pela
livre concorrência das forças, se dera a evolução na natureza. Mas as
infelicidades se sucederam na casa dos
Darwin. Charles morreu de septicemia, Erasmus Junior enlouqueceu e suicidou-se,
ficando apenas Robert Waring Darwin,
que não era um pensador genial e muito menos rebelde naturalista, mas apenas um
médico clínico dedicado,um
excelente parteiro e oculista. O próprio Dr. Robert W. Darwin era também um
livre-pensador às escondidas; era preciso
chegar a esse ponto de cautela naqueles anos conservadores.31
Robert W.
Darwin recebeu a herança cultural do pai como uma jóia preciosa de família,
tendo o máximo de cuidado de
não a tocar e muito menos de refundi-la. Erasmus Darwin morreu em 1802, sete
anos antes de Charles Robert
Darwin nascer. Nesse meio-tempo, a família mudou-se de Breadwall para
Shrewbury. O médico parteiro Robert W. Darwin,
no entanto, guardava religiosamente a memória do Velho Dr. Erasmus e sua teoria
evolucionista. A sua
casa era
cheia de grossos livros, gravuras, herbários e coleções de pedras.32 Ele falava
aos seus pacientes a respeito do seu
grande pai e, à noite, lia estrofes e poemas didáticos, obrigando o jovem
Charles Robert Darwin a inalar com cada
hausto algo do espírito da Zoonomia. Tinha de ouvir isso todos os dias,
incutiam-lhe insistentemente, por todos os meios
da pedagogia, que ele deveria seguir a tradição da família, emular o avô e
continuar a sua obra. O divinizado Erasmus
assumia as proporções de um fantasma gigante que ameaçava esgotar-lhe toda a
vontade de viver.33
Pressionado
pelo pai, Charles R. Darwin continuou lendo. Folheou a magnum opus médica
de seu avô sobre as leis da
vida e da saúde, a Zoonomia. O Dr. Robert W. Darwin apreciou isso,
elogiando o livro por seus insights sobre as doenças
hereditárias; embora o tomo discorresse sobre muito mais, a conexão entre mente
e corpo e a perpétua transformação
da vida. Charles leu com simpatia e ficou cheio de admiração – sem saber ao
certo admiração por que, talvez
porque ele tivesse sido escrito por seu avô.34
Sem dúvida
Charles R. Darwin não tirou do ar a teoria da evolução. Como se sucede com
muitas grandes generalizações
científicas, a teoria associada com seu nome já havia tido antecipações
premonitórias. Todos os elementos que entraram
na teoria já estavam na mente dos homens e haviam sido amplamente discutidos
durante os anos de estudo de Charles R.
Darwin; e seu próprio avô havia proposto atrevidamente a teoria sobre a
transmutação das formas viventes.35
Quando
Charles Darwin retornou da viagem do Beagle, chegando à Inglaterra em 1836, ele
ainda não pensava como um
evolucionista, mas, em 1837, ele inicia seu primeiro livro de notas sobre a
“transmutação”: “Em julho iniciei o meu primeiro
caderno de notas sobre “transmutação das espécies” – Extremamente
impressionado, desde cerca do mês de
março anterior – com o caráter dos fósseis sul-americanos – & espécies do
Arquipélago das Galápagos. – Esses fatos [são
a] origem (especialmente o último) de todas as minhas ideias”.36 Charles Darwin
estava ficando obcecado pela
transmutação. Todas as coisas continuavam a se decompor em questões
torturantes. Atirou-se na elaboração de um estudo
da transmutação. No caderno de notas clandestino sobre a transmutação (o seu
chamado caderno “B”), o bloco de
capa marrom era pequeno, e, na página de rosto, inscreveu em negrito a palavra Zoonomia,
para indicar que estava
trilhando o mesmo caminho de seu avô.37
Retornando
para a árvore da vida A blitz
de pensamentos continuou quando ele se preparou para enfrentar a extinção
em seu caderno de notas.
Ele
esboçou uma árvore “irregularmente ramificada” para carregar a história
genealógica dos animais e vegetais.
O tronco
simbolizava o antigo ancestral comum, a cepa da qual todos brotavam; o tronco
único deveria ter uma origem única.
Charles R. Darwin percebeu que a aparição espontânea inicial da vida deveria
ter sido um acontecimento de uma
partida só, sepultado no passado distante e obscuro. As moléculas vivas não
podiam estar emergindo constantemente
por toda a parte, ou milhões de árvores biológicas não-aparentadas estariam
brotando, tornando a imagem toda
“excessivamente complicada”.38
Charles R.
Darwin colocou uma única figura, chamada diagrama das gerações (diagrama
dendrítico), no livro A origem
das espécies(1859), sendo ela a representação de uma árvore evolutiva. Seu
comentário: “É curioso ver quanto o Dr.
Erasmus Darwin, meu avô, na sua “Zoonomia” (vol. I. pg. 500–510),
publicada em 1794, antecedeu Lamarck nas suas
ideias e seus erros”.39
Charles R.
Darwin, na época da publicação de seu livro, usou o termo “descendência com
modificação”, Lamarck usava
“transformismo”, e Haeckel preferiu ainda “teoria das transmutações”. Entre os
conceitos usados por Charles R. Darwin, na
época, está o de “design de arquitetura” (os mais aptos são os bem projetados e
os menos aptos são os mal
projetados); e o projetista (designer) seria a seleção natural.40
Com a
publicação de A origem das espécies e das edições posteriores, usou-se o
termo evoluir. “Evolvere”, em latim,
significa “desenrolar um rolo de pergaminho”, mas, em 1600, significava também
o processo de desenvolvimento de
um organismo (metamorfose–embriologia), tendo somente a partir de 1800
adquirido o significado de “mudanças
adaptativas”.41
A evolução
biológica é, sem dúvida alguma, a generalização mais importante até agora feita
no campo da biologia,digna de
ombrear com as grandes concepções gerais das ciências físicas. Charles R.
Darwin recolheu uma imensa quantidade
de fatos e os analisou com imensa paciência e sabedoria, propondo, a partir
disso, mecanismos simples para
explicar a evolução: “seleção natural” e, mais tarde, “seleção sexual”.42 Sobre
seu avô, ele menciona:
A editora
alemã solicitou um esboço autobiográfico que talvez vá interessar meus filhos e
netos. Ao menos eu
sentiria enorme deleite se pudesse ler um trabalho deste tipo, escrito por meu
avô, retratando sua mentalidade e
descrevendo o que ele fez e como fez, ainda que se tratasse de um compêndio
tedioso e carregado [...]. Eu
já lera a Zoonomia de autoria de meu avô, que defendia idênticos conceitos, e
que também não me
entusiasmara. É verdade que essa obra me causara grande admiração quando a li
pela primeira vez; relendo-a
14 ou 15 anos depois fiquei bastante decepcionado com a enorme dimensão das
idéias teóricas, em relação
ao baixo número de ocorrências passíveis de serem demonstradas.
As ideias
evolucionistas de Erasmus Darwin certamente tiveram influência em seu neto,
Charles R. Darwin, que menciona:
“É possível que, ouvindo desde muito cedo tais pontos de vista propostos e
elogiados eu tenha sido influenciado no
sentido de adotá-los, com modificações, no livro A origem das espécies”.44
Charles R.
Darwin jamais admitiu diretamente que tenha somente agrupado evidências de uma
maneira coerente sobre a
“transmutação das espécies”, proposta inicialmente por seu avô paterno. No entanto
a quantidade de evidências
apresentadas por ele era tão esmagadora e convincente, que não havia mais
possibilidade para qualquer dúvida científica,
e isso causou uma enorme revolução intelectual em nível mundial.
As
influências de Erasmus Darwin foram amplas, suas ideias eram geniais, mas seu
nome foi naturalmente esquecido. Foi
necessário mais de uma geração da família Darwin para estabelecer as bases dos
mecanismos de evolução.
“As
afinidades de todos os seres da mesma classe foram representadas algumas vezes
por uma grande árvore. Creio que este
exemplo expressa a verdade. [...] A geração atua igualmente para a grande
árvore da vida, que preenche as frestas
do solo com seus ramos secos e sem vida, e que num processo contínuo, cobrem a
superfície com suas suntuosas
ramificações, sempre vivas e incessantemente renovadas”.45
Notas e
referências bibliográficas
Geraldo
Salgado Neto é biólogo e mestre em Biodiversidade Animal na área de Ecologia de
Insetos pela UFSM, com especialização em Biotecnologia e Biologia Molecular.
Este trabalho foi desenvolvido durante o mestrado no Laboratório de Biologia
Evolutiva, UFSM. E-mail: gsalgado@bol.com.br
1 Uma
visão geral sobre a vida e a obra de Erasmus Darwin é encontrada em KING-HELE, Desmond. Doctor of revolution:
The life and genius of Erasmus Darwin. London: Faber & Faber, 1977,
p. 361, bem como KING-HELE, Desmond (ed.). Charles Darwin’s the life
of Erasmus Darwin. Cambridge: Cambridge University Press, 2003, p. 161;
KING-HELE, Desmond (ed.). The collected letters of Erasmus Darwin. Cambridge: Cambridge University Press, 2007, p. 666.
2 Para uma
análise sobre a vida de Charles Darwin, ver DARWIN, Francis. (org.). The life and letters of Charles
Darwin, including an autobiographical chapter. 3 ed, London: Appleton-Century-Crofts, 1887, volumes 1, 2 e 3.
3 KING-HELE, op.cit., 2007, p. ix; DARWIN,
Erasmus. Zoonomia: or, the laws of organic life. London: J. Johnson, 1792
–1796, volumes 1, 2, 3 e 4, p. 2000.
4 WENDT,
Herbert. À procura de Adão – Romance de uma ciência. Tradução João
Távora. São Paulo: Edições melhoramentos, 1953, p. 96.
5 KING-HELE, op.cit., 1977, p. 361.
6 MASON,
Stephen Finney. História da ciência. Tradução Flávio e José Vellinho
de Lacerda. Porto Alegre: Editora Globo, 1962;
MASON, Stephen Finney. A history of the sciences: Main
currents of scientific thought. London:
Routledge & Kegan Paul, 1953.
7 KNELLER,
George. A ciência como atividade humana. São Paulo: Editora da Universidade
de São Paulo, 1980, p. 183;
FREIRE-MAIA, Newton. A ciência por dentro.
Petrópolis: Vozes, 1991; READ, Pires Paul. Os templários. Tradudor Marcos
José da Cunha. São Paulo: Imago, 2000, p. 368.
8 WENDT,
op.cit., 1953, p. 93;
ROUSSEAU, Jean-Jaques. Discurso sobre a origem e
os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova
Cultura, 1988, p. 41.
9 KING-HELE, op.cit., 2007, p. 666.
10
GOLDFARB, Ana Maria Alfonso. Da alquimia à química. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 1987, p. 23–25;
READ, Pires Paul. Os templários. Tradudor
Marcos José da Cunha. São Paulo:
Imago, 2000, p. 368;
KING-HELE, op.cit., 2007; KAPLAN, Aryeh
(ed.). Sefer Yetzirah. The book of creation: in theory and practice. Boston: Wheel/Weiser, 1800.
11 Com
relação à expressão “grande cadeia do ser - great chain of being”, ver LOVEJOY, Arthur. The great chain of being:
A study of the history of an idea. Cambridge: Harvard University Press,1936, p.
490–504.
12 ELIADE,
Mircea. Ferreiros e alquimistas. Tradução Carlos Pessoa. Lisboa: Relógio
d’água Editores, 1976, p. 133-144;
“Nature…seems delighted with Transmutation.” NEWTON, Isaac. Opticks. London,
1704;
COHEN, I Bernard. & SCHOFIELD, Robert. Isaac Newton’s
papers & letters on natural philosophy and related documents. Cambridge: Harvard University Press, 1978.
13 KING-HELE, op.cit., 2007, prefácio;
BARRET, Paul; GAUTREY, Peter; HERBERT, Sandra; KOHN, David & SMITH, Sydney
(eds.). Charles Darwin’s notebooks, 1836 - 1844: Geology, transmutation of species, metaphysical enquiries. Ithaca, New York: Cornell
University Press for the British Museum (Natural History), 1989, volume 80, p. 324;
UGLOW, Jenny. The lunar men: The friends who made future (1730-1810).
London: Faber & Faber, 2002, p. 588;
SCHOFIELD, Robert. The lunar society,
A social history of provincial science and industry in eighteenth century
England. Oxford:
Clarendon Press, 1963;
DESMOND, Adrian; MOORE, James. Darwin: a vida de
um evolucionista
atormentado. Tradução de Gustavo Pereira, Hamilton dos Santos e Maria
Alice Gelman, 2 ed. São Paulo: Geração Editorial, 1995, p.27.
14 DESMOND; MOORE, op.cit., 1995, p. 28.
15 UGLOW, Jenny. The lunar men: The
friends who made future (1730-1810). London: Faber & Faber, 2002, p. 588;
KING-HELE, op.cit., 2007, p. 666;
BARRET; GAUTREY; HERBERT; KOHN; SMITH,
op.cit., p. 325;
DESMOND; MOORE, op.cit., 1995, p. 25-40.
16 WENDT, op.cit., 1953, p. 94;
LINNAEUS,
Carl. Systema naturae per regna tria
naturae. Stockholm:
Holmiae, 1758, volume 1, p. 158.
17 WENDT, op.cit., 1953, p. 95.
18 Ibid; SMITH, Adam. An inquiry into the
nature and causes of the wealth of nations. Ed. Edwin Cannan. Chicago: University of Chicago Press, 1776/1976.
19 WENDT, op.cit., 1953, p. 96; HUME, David. My
own life, 1776. Appendix A of Ernest Campbell Mossner, The life of
David Hume, University of Texas Press, 1954, p. 612.
20 WENDT, op.cit., 1953, p. 96;
DARWIN,
Erasmus, op.cit., 1794, volume 1, p. 401, 509: “the world itself might have been
generated, rather than created; that is, it might have been gradually
produced from very small beginnings, increasing by the activity of its inherent
principles, rather than by a sudden evolution of the whole by Almighty fiat.
What a magnificent idea of the infinite power of THE GREAT ARCHITECT! THE
CAUSE OF CAUSES! PARENT OF PARENTS! ENS ENTIUM!”.
21 WENDT, op.cit., 1953, p. 96- 97.
22 WENDT, op.cit., 1953, p. 97;
DARWIN,
Erasmus, op.cit., p. 396: “A great want of one part of the animal world has
consisted in the desire of the exclusive possession of the females; and
these have acquired weapons to combat each other for this purpose, as the
very thick, shield-like, horny skin on the shoulder of the boar is a defence
only against [396] animals of is own species, who strike obliquely
upwards”; “The final cause of this contest amongst the males seems to be, that
the strongest and most active animal should propagate the species,
which should thence become improved”.
23 WEISMANN, August. Essays upon heredity
and kindred biological problems. Tradução de Edward B. Poulton, Selmar
Schönland e Arthur E. Shipley. Oxford: Clarendon Press, 1889, capítulos 7 e 8;
MAYR, Ernst. “Weismann and evolution”. Journal of the History of
Biology, volume.18, nº 3, p. 313-315, 1985;
WENDT, op.cit., 1953, p. 97.
24 DARWIN, Erasmus, op.cit., p. 158;
BURKHARDT, Frederick. As cartas de Charles
Darwin. Uma seleta, (1825-1859). São Paulo: Editora UNESP/Cambridge, 2000, p. 104.
25 WENDT, op.cit., 1953, p. 97; e ver DARWIN,
Erasmus, op.cit.
26 WENDT, op.cit., 1953, p. 97; DARWIN,
Erasmus, op.cit., p. 509: “For if we may compare infinities, it would seem to
require a greater infinity of power to cause the causes of effects, than to cause
the effects themselves. This idea is analogous to the improving excellence
observable in every part of the creation; such as in the progressive
increase of the solid or habitable parts of the earth from water; and in the
progressive increase of the wisdom and happiness of its inhabitants; and is
consonant to the idea of our present situation being a state of probation,
which by our exertion we may improve, and are consequently responsible for
our actions”.
27 GALTON, Francis. 1883. Inquiries into
human faculty and its development. New York: AMS Press.
28 DARWIN, Erasmus, op.cit., p. 394:
“Secondly, when we think over the great changes introduced into various animals
by artificial or accidental cultivation, as in horses, which we have
exercised for the different purposes of strength or swiftness, in carrying
burthens or in running races; or in dogs, which have been cultivated for
strength and courage, as the bulldog; or for acuteness of his sense of
smell, as the hound and spaniel; or for the swiftness of his foot, as the
greyhound; or for his swimming in the water, or for drawing snow sledges, as
the rough-haired dogs of the north; or lastly, as a play-dog for
children, as the lap-dog; with the changes of the forms of the cattle, which
have been domesticated from
the greatest antiquity, as camels, and sheep;
which have undergone so total a transformation, that we are now
ignorant from what species of wild animals they had their origin”.
29 Ibid.: “Add to these the great changes of
shape and color, which we daily see produced in similar animals from our
domestication of them, as rabbits, or pigeons; or from the difference of
climates and even of seasons; thus the sheep of warm climates are covered with
hear instead of wool; and the hares and partridges of the latitudes,
which are long buried in snow,
become white during the winter months; add to
these the various changes produced in the forms of mankind,by their
early modes of exertion; or by the diseases occasioned by their habits of
life; both of which became hereditary, and that through many generations.
Those who labour at the anvil, the oar, or the loom, as well as those who
carry sedan-chairs, or who have been educated to dance upon the rope, are
distinguishable by the shape of their limbs; and the diseases occasioned by
intoxication deform the countenance with leprous eruptions, or the body
with tumid viscera, or the joints with knots and distortions”.
30 WENDT, op.cit., 1953, p. 97; DESMOND;
MOORE, op.cit., 1995, p. 31-32.
31 Ibid., p. 98; Ibid.
32 WENDT, op.cit., 1953, p. 98.
33 WENDT, op.cit., p. 187-188.
34 DESMOND; MOORE, op.cit., 1995, p. 49.
35 EISELEY, Loren Corey. Charles Darwin. São
Francisco: W. H. Freeman, 1956,
Capítulo 1, p. 1-2; EISELEY, Loren Corey. Darwin’s century. New York: Anchor Book.
36
BURKHARDT, op.cit., 2000, p. 27 (correspondência 2, p. 431), p. 107;
BARRET; GAUTREY; HERBERT; KOHN; SMITH, op.cit.,
1989, volume 80, p. 325;
KEINES, Richard Darwin (Org.) Charles
Darwin’s Beagle diary. Cambridge University Press, 1988, p. 235.
37 DESMOND; MOORE, op.cit., 1995, p. 245-247.
38 Ibid.,
p. 248.
39 DARWIN,
Charles. A origem das espécies. Tradução de Eduardo Fonseca. São Paulo:
Ediouro, 1987, p. 6-8;
DARWIN, Charles. The origin of species by means of natural selection. 3 ed. London: John Murray, 1859, p. 8.
40 GOULD,
Stephen Jay. Darwin e os grandes enigmas da vida. Tradução de Maria
Elizabeth Martinez. São Paulo: Martins fontes, 1992, p. 25-37;
GOULD, Stephen Jay. Ever since Darwin,
Reflections in natural history. New York: W. W. Norton, 1977.
41 Ibid., p. 26, 34; Ibid.;
BROOKES, Martin. Fique por
dentro da evolução. Tradução de
David Burnie. São Paulo: Cosac & Nafty Edições, 2001, p. 32;
BROOKES, Martin. Get a grip on evolution. England:
The Ivy Press Limited, 2001;
DARWIN, Charles. The origin of
species. London: John Murray, 1859, 6 ed., p. 375.
42 HUXLEY,
Julian. Biblioteca do pensamento vivo 9: O pensamento vivo de Darwin.
Tradução de Paulo Sawaya. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1960, p. 25–26.
43 DARWIN, Charles, op.cit., 1859, 6 ed;
DARWIN, Charles. Coleção grandes obras do
pensamento universal 35: Darwin a origem das espécies - Tomo
III - Esboço
autobiográfico. Tradução de André Campos Mesquita. São Paulo: Editora
Escala, 2008, p. 153.
44
FERREIRA, Ricardo. Darwin, Wallace e a teoria da evolução. São Paulo:
Editora UNB,
1990, p. 20–21.
45 DARWIN, Charles, op.cit., 1987, p. 104;
DARWIN, Charles, op.cit., 1859;
DARWIN, Charles, op.cit., 2008, p. 150;
DARWIN, Charles. The origin of species by means of natural selection. 6 ed, The New York: Modern Library, 1872, p. 170–171.“The affinities of all the beings
of the same class have sometimes been represented by a great tree
[...]. As buds give rise by growth to fresh buds, and these if vigorous,
branch out and overtop on all sides many a feebler branch, so by generation
I believe it has been with the great Tree of Life, which fills with its dead
and broken branches the crust of the earth, and covers the surface with its
ever branching and beautiful ramifications”.
Fonte: Revista
Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 96-103, jan |
jun 2009
[ Artigo recebido em 10/2008 | Aceito em 01/2009 ]
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ResponderExcluirhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/2178-4582.2011v45n1p223
Gostaram da leitura? Leia também A experiência civilizatória de Jeremy Button.
ResponderExcluirhttps://www.researchgate.net/publication/262725585_A_experiencia_civilizatoria_de_Jeremy_Button