Como melhorar a sua Flexibilidade de Pensamento?
Psicologia comportamental - Miguel Lucas
Todos temos tendência natural para fazer as coisas da forma que nos são mais fáceis ou familiares, e isto não tem problema nenhum. No entanto, para determinadas situações ou cenários pode ser redutor e apresentar-se como um obstáculo à realização de alguns objetivos ou tarefas. Se observarmos uma criança que iniciou a sua aprendizagem no basquetebol, a grande maioria tem tendência para driblar apenas com uma das mãos, a sua mão dominante. Se um treinador presencia esta situação, o mais certo será chamar a atenção do atleta e dizer-lhe, “Estás sempre a driblar com a mesma mão, e o defesa facilmente consegue defender sempre que fazes isso. As tuas opções são diminuídas drasticamente. Tens que driblar também com a outra mão, para que o adversário nunca saiba o que vais fazer a seguir”
Então, como é que você pode torna-se mais flexível no seu pensamento?
Todos temos tendência natural para fazer as coisas da forma que nos são mais fáceis ou familiares, e isto não tem problema nenhum. No entanto, para determinadas situações ou cenários pode ser redutor e apresentar-se como um obstáculo à realização de alguns objetivos ou tarefas. Se observarmos uma criança que iniciou a sua aprendizagem no basquetebol, a grande maioria tem tendência para driblar apenas com uma das mãos, a sua mão dominante. Se um treinador presencia esta situação, o mais certo será chamar a atenção do atleta e dizer-lhe, “Estás sempre a driblar com a mesma mão, e o defesa facilmente consegue defender sempre que fazes isso. As tuas opções são diminuídas drasticamente. Tens que driblar também com a outra mão, para que o adversário nunca saiba o que vais fazer a seguir”
Perante esta chamada de atenção, muito provavelmente o atleta diria,
“não sou capaz.” Ao qual o treinador retorquía, “O que queres dizer com isso?”
O atleta explicaria que sempre que tentou driblar com a mão não dominante (mais
fraca) não conseguia controlar a bola. Assim sendo, criou a noção de não ser
capaz. Aquilo que está aqui representado, não é o facto de não se ser capaz de
fazer algo, mas sim o facto de não se tentar fazer. Certamente com treino e
prática a mão não dominante do atleta irá ganhar a mesma destreza da dominante.
Trata-se apenas de uma questão de treino, de execução e hábito.
PROGRAME
NOVOS PADRÕES DE PENSAMENTO E COMPORTAMENTO
O mesmo principio aplica-se na reprogramação dos nossos hábitos de
pensamentos dominantes. Se tivermos um hábito dominante de pensamento
pessimista, tudo o que temos de fazer é “driblar” com a outra mão: Deveremos
ter cada vez mais pensamentos otimistas, mais e mais vezes até que se torne um
hábito e passe a ser natural para nós. Tal como descrevi no artigo,Deixe de dizer: desculpe eu não sei, eu não consigo, parte I,
e parte II, em que tendencialmente e de forma automática, sem a
necessidade do pensamento consciente, temos o impulso de dizer, “Eu não
consigo”, colocando as nossas capacidades em segundo plano, como se isso fosse
uma coisa natural para nós (passando a ser se acreditarmos que é). A existência
da dificuldade por vezes tolda-nos a existência da possibilidade. Se tentarmos,
experimentarmos e treinarmos, aumentamos as probabilidades de sermos bem
sucedidos, com a mais valia de aumentarmos também o nosso reportório de
respostas e soluções.
Pensar é como driblar a bola. Por um lado, você pode pensar de forma
pessimista e ver esse seu lado a crescer e a desenvolver-se (é só uma questão
de repetidamente driblar esse tipo de pensamentos). Por outro lado, você pode
pensar de forma otimista, um pensamento de cada vez, de forma controlada e
consciente, construindo e desenvolvendo esse hábito bem mais capacitador,
repetição após repetição. A auto-motivação, é uma questão de saber até
que ponto quer estar em controlo. Por dia podem passar-nos alguns milhares
de pensamentos pela mente, uns mais que outros, aquilo que repetimos cristaliza-se,
torna-se um hábito e na grande maioria das vezes esse hábito torna-se em
convicção. Agora, imagine que cristalizou um hábito que consegue perceber como
sendo-lhe prejudicial. Acha que será fácil de mudar e/ou extinguir? Para o
comum dos mortais não será e, provavelmente para si também não. E percebe-se
porquê, porque foi muitas vezes repetido. A força do hábito é imensa.
Desta forma, é fácil perceber que um padrão de pensamento ou
comportamento não mudará simplesmente com alguns dribles positivos do
pensamento. Se você é pessimista, se facilmente se aborrece ou fica
mal-humorado, o seu bio-cumputador foi programado nessa
direcção, por si mesmo (talvez sem estar ciente disso). No entanto,
apesar da dificuldade, é possível construir e programar novos padrões de
pensamento e comportamento. Mas como? Através da repetição, através da
acção, um pensamento ou comportamento de cada vez. Pouco a pouco o hábito mais
funcional e alternativo vai-se instalando, vai ganhando força. Quando essa
força do hábito alternativo se instalar, você torna-se mais capaz, torna o seu
pensamento mais flexível, com mais soluções e possibilidades de escolha. Se
você conseguiu instituir um pensamento pessimista, certamente também consegue
implementar um pensamento otimista. No caminho entre os dois emerge a flexibilidade
de pensamento.
USE
UMA VARIEDADE DE POSSIBILIDADES
É exatamente disto que trata a flexibilidade de pensamento.
Opções, vários caminhos, reforçar os opostos para que se possa estabelecer um
equilíbrio. O equilíbrio, tem a ver com a capacidade que cada um de nós tem
para driblar a vida com ambas as mãos. Tem a ver com a oportunidade de
usarmos as possibilidades que estão ao nosso alcance. Mas, para que isso seja
uma realidade é necessário praticar.
Se você tem consciência que tem alguns dos seus hábitos demasiado
cristalizados e que isso lhe provoca mal-estar, incapacidade, dúvida exagerada,
problemas constantes no seu dia-a-dia, ou simplesmente gostaria de mudar ou
melhorar algo na sua vida, drible com a outra mão. Force o seu cérebro a usar
as ferramentas que tem e julga não conseguir utilizar. Destrua essa ilusão,
motive-se a experimentar, ficará melhor preparado, sentir-se-á mais capaz, aumentar-lhe-á a sua confiança,
pois sentirá que tem mais opções e que estas podem ser controladas por si
mesmo.
Às vezes, o nosso pensamento é rígido, ou agimos em automático, agimos à
nossa maneira, ou acontecem coisas que mudam a nossa rotina ou
horários e deixa-nos desconfortável, como um peixe fora de água, ou estamos
constantemente a sobreanalizar as coisas.
Quando você está sendo inflexível para algo diferente do que conhece ou
está acostumado, você pode sentir-se ameaçado, com medo, frustrado, e às vezes
irritado. Mas esses pensamentos e
sentimentos negativos exercem uma função extremamente
importante, forçam-no a pensar em formas alternativas de abordar as questões ou
situações incômodas.
PASSO 1:
PERGUNTA
Pergunte a si mesmo: “Estou sendo flexível ou inflexível nesta
situação?” Muitas vezes enganamo-nos (auto-sabotagem) por
acreditarmos que o nosso caminho é o caminho melhor, ou o único caminho
que existe.
Trata-se de dar e receber, comprometendo, vendo as coisas de maneira
diferente, tentando novos caminhos, olhar as coisas de uma perspectiva
diferente, e movendo-se do estilo de pensamento
problemático para o estilo de pensamento de possibilidade. Ser
flexível nem sempre significa ter que ceder, mudar suas maneiras ou dizer
sempre sim. O que isto significa é que em primeiro lugar você está olhando
para as coisas por uma perspectiva diferente, e depois faz uma escolha do
que é melhor, esta é a flexibilidade de pensamento na prática.
PASSO 2:
RECONHECER
Tente perceber onde você está sendo inflexível. É no seu
pensamento? É sua maneira de fazer as coisas em casa ou no trabalho, ou é com
alguém em particular?
Quando a sua mentalidade ou métodos são definidos, de forma áspera,
ou rígida, tente perceber como é que você pode ser mais flexível.
Pegue numa folha de papel e numa coluna escreva todas as áreas da sua vida
onde você está “preso” nas suas formas de raciocínio ou formas antigas de
agir, e depois noutra coluna escreva todas as possibilidades, onde você
pode começar a ser mais aberto, receptivo, inovador, assertivo e colaborativo.
Pode não ser em todas as áreas, mas você pode descobrir uma ou duas que
poderia usar um pouco mais de flexibilidade e alternativas. Perceber
isso como uma chance de mudar alguns dos seus pensamentos rígidos ou
maneira de fazer as coisas. Existe um grande potencial emergente na utilização
da flexibilidade de pensamento.
PASSO
3: CLAREZA
Quando você está preso na sua inflexibilidade de pensamento ou
emocional, as suas emoções e raciocínios podem afetar (nublar) o seu
conhecimento interior. Você pode ter expectativas de como as coisas “devem ser”
e ser rápido a pular para suposições, conclusões e falsidades decorrentes
da necessidade do ego estar certo, ou no controlo.
Quando somos tomados pelo impulso dos sentimentos, por vezes é
difícil ver as coisas claramente e, portanto, você provavelmente reage
e/ou exagera ao invés de olhar a situação e responder de forma eficaz.
Este é um momento para deixar a rigidez do seu pensamento e modo de fazer
as coisas tornando-se mais flexível e libertador. Ganhando clareza, você irá
ver e entender as coisas de uma maneira diferente, abrindo espaço para a
adaptabilidade e adequação.
PASSO
4: OUVIR
Faça algumas respirações profundas e tente ficar calmo e ouvir a voz
silenciosa dentro da sua cabeça. É importante prestar atenção aos nossos
pensamentos, crenças e assuntos que se cruzam na nossa mente.
Quando você fica ligado consigo mesmo, você está abrindo a sua mente
para outras visões, ideias, caminhos, métodos, comportamentos e, mais
importante, você está permitindo espaço para aprender com a experiência, além
de alargar o seu desconforto e zonas de conforto, e expandir o seu “ser”.
Quando você está-se ouvindo, está receptivo à implementação de novas oportunidades
e maneiras de aprender e crescer, você está removendo do seu caminho os obstáculos ao
desenvolvimento pessoal.
Dica: lembre-se há muito mais na vida do que aquilo que os olhos podem
ver.
PASSO 5: IMAGINAÇÃO
Novos entendimentos, formas de resolução e atitudes emergem quando você
usa adequadamente a sua mente. Poderes criativos e soluções tomam expressão
quando você deixa a mente aberta a novas possibilidades
Visualize a pessoa ou situação que você sente que está a tomar a sua
atenção como um meio para a prática de flexibilizar os seus caminhos, para
reconhecer onde você está sendo inflexível, e ouvir a orientação que emerge
dentro de si, permita que a sua imaginação o oriente para novas formas de ser e
de fazer as coisas.
A palavra “nação” faz parte da palavra imaginação. Basta imaginar como
seria o mundo (nação) se fôssemos todos um pouco mais flexíveis, em vez de
inflexíveis nos nossos pensamentos e ações. Você não pode esperar que os outros
mudem suas maneiras de ser e agir, mas você pode começar por alterar as suas.
Aqui reside a verdadeira flexibilidade.
Relaxe o seu corpo e mente à medida que você embarca na viagem de
aprendizagem, crescimento e expansão. Lembre-se, a flexibilidade é uma escolha
e com a prática estará fazendo viagens que você nunca imaginou ser possível.
Créditos: http://www.escolapsicologia.com/como-melhorar-a-sua-flexibilidade-de-pensamento/
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