A FÁBULA DA GALINHA NA TERRA DA TRIBUTAÇÃO E DA SOLIDARIEDADE
Compilado e adaptado por Júlio César Zanluca
Era uma vez uma galinha que encontrou alguns grãos
de trigo no quintal. Chamou a vaca, o porco, o pato e o cão, para ajudar a
plantá-lo.
“Eu
não”, a vaca mugiu.
“Nem
eu”, grunhiu o porco.
“Deixa
para lá”, grasnou o pato.
“Tô
fora!”, latiu o cão.
A galinha, então, plantou o trigo, sozinha. Assim
que estava próxima a colheita, voltou a convocar os amimais para colhê-lo. Teve
as seguintes respostas:
“Não
recebi treino para fazer estas coisas!” (vaca)
“Quem,
eu? Trabalho me cansa!” (porco)
“Estou
de férias” (pato)
“Serviço
pesado não é comigo!” (cão)
Não houve jeito de convencer a bicharada a
colaborar, de forma que a galinha teve que colher o trigo sozinha.
Chegou a hora de assar o pão com o trigo colhido.
“Quem vai me ajudar?”, foi a pergunta da galinha, diante da qual obteve as
seguintes evasivas:
“Estou
no seguro desemprego, e por isso não preciso trabalhar” (vaca)
“Está
muito quente, deixa isto para um dia mais frio!” (porco)
“Ei,
você tem que me pagar hora extra, senão não faço!” (pato)
“Se eu
trabalhar e aumentar minha renda, perco a bolsa-ração, eu preciso
dela!” (cão)
Então a galinha assou o trigo e obteve 5 pães como
resultado. Satisfeita, mostrou-as à bicharada.
Todos exigiram uma parte, mas a galinha prontamente
cacarejou: “Não! Fiz todo o trabalho sozinha! Eu é que devo consumir estes
pães, e não vocês!”. Como resultado, recebeu vários impropérios, entre os
quais:
“Sua
verme burguesa!” (vaca)
“Exijo
direitos iguais!” (porco)
“Que
falta de solidariedade, sua ...!” (pato)
“Gananciosa,
capitalista, exploradora!” (cão)
Houve alvoroço, protestos, discursos contra a
atitude da galinha. Logo chega um funcionário do governo e exige da galinha os
vários impostos sobre a produção do pão.
Diante de tamanha pressão, a galinha alegou que
trabalhara sozinha, e que ninguém a ajudara, nem o governo, nem a bicharada,
portanto, tinha direito a dispor do pão como bem entendesse.
O funcionário do governo chamou então a polícia e
falou: “você se arriscou a produzir, pelas nossas leis, você deve pagar os
impostos e os trabalhadores produtivos devem dividir os lucros com todos, para
a paz e a justiça social”.
Desta forma, 2 pães foram entregues ao governo,
como pagamento de impostos, e os 3 pães que restaram foram divididos em fatias
e distribuídos em partes entre a bicharada.
Todos comeram e se fartaram, achando muito justas
as leis do país da tributação e da solidariedade. Porém, a bicharada não
entendeu porque, nunca mais, a galinha voltou a fazer pão...
Julio César Zanluca é Contabilista e Autor de
Publicações Técnicas nas áreas Tributária, Trabalhista e Contábil
Comentários
Postar um comentário
Teu comentário é muito valioso. Se positivo será um estímulo, se negativo me permitirá aprimorar.