18 ANOS ESPERANDO JUSTIÇA

Em 1993, dois jovens brancos, assassinaram covardemente, a punhaladas, o jovem adolescente Stephen Lawrence, pelo simples fato de ser negro. O crime aconteceu em Londres e somente agora, 18 anos depois do assassinato, os criminosos foram condenados a prisão.

Stephen Lawrence tinha 18 anos quando foi apunhalado perto de uma parada de ônibus em Eltham, sul de Londres. A polícia identificou rapidamente cinco homens, de idade entre 16 e 20 anos, membros de uma gangue juvenil que aterrorizava o bairro, como “principais suspeitos”. Mas os erros da investigação só inocentaram os dois assassinos num primeiro julgamento. Estes erros policiais levaram à formação de uma comissão investigadora que, em 1999, deu seu próprio veredicto sobre a Scotland Yard. Segundo a comissão, os erros não se deviam unicamente a negligência ou incompetência profissional, mas sim a um “racismo institucional” que valorizava a importância do crime segundo a cor da pele da vítima.

O juiz que julgou o caso reconheceu que a condenação era menor do que os jovens assassinos mereciam “pela gravidade de um caso de racismo puro”. Mas segundo a lei britânica, eles foram condenados como menores porque o eram quando cometeram o crime. Apesar da sentença de prisão perpétua, devem cumprir um mínimo entre 14 e 15 anos de prisão.



Viagem muito longa

 Na saída do tribunal de Old Bailey, o pai de Stephen Lawrence, disse que ainda há muito por fazer. “Este é um primeiro passo de uma viagem muito longa”, assinalou.

Segundo o instituto de Relações Raciais do Reino Unido, 93 pessoas morreram em ataques raciais desde o assassinato de Lawrence em 1993. “A violência racial não diminuiu. O que muda em cada caso são algumas circunstâncias e o perfil das vítimas”, disse um porta-voz da organização que investigou o caso.



O Brasil não é diferente do Reino Unido

No Brasil, infelizmente, tais casos são registrados cotidianamente. O racismo institucional brasileiro é mais perverso que em muitos outros países, pelo fato de ainda mentirem a população que vivemos numa “democracia racial”. Tal mentira é comprovada a partir dos dados dos institutos oficiais da nação, onde os últimos dados do IPEA dizem que, dos homicídios cometidos contra homens no Brasil, 70% são homens negros com idade entre 16 e 24 anos. Na realidade podemos chamar sim de extermínio de parte da população negras brasileira. Neste caso, muito pior que no Reino Unido.

Assessoria de Comunicação


Fonte: http://www.sindjus.com.br/site/noticias.php?id=2008

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