‘Leite faz mal para quem tem câncer’, alerta médico
Profissional do Hospital Albert Einstein, na
verdade, não recomenda leite a ninguém
Sidnei Quartier
Foto: Divulgação
O consumo de leite animal pode estimular doenças
coronárias, obesidades, diabetes, câncer de mama, próstata e cólon, doenças
autoimunes, osteoporose, algumas doenças da retina e dos rins, diabetes tipo 1
em crianças predispostas, em que o pâncreas sofre uma destruição autoimune. Por
isso, o alimento pode ser evitado, sem prejuízo para o organismo. Mas quando a
pessoa inicia tratamento contra câncer já instalado, o ideal é banir o leite e
carnes da dieta. Fazendo isso, o paciente teria melhores chances de curA
análise é do onco-hematologista Gustavo Vilela, 39 anos, médico do corpo
clínico do Hospital Albert Einstein, da capital, docente do curso de
pós-graduação em Nutrição em Oncologia e especializado em onco-hematologia pela
USP e Universidade de Paris. Em seu consultório, na Vila Nova Conceição, em São
Paulo, recebe pacientes de todos os cantos do Brasil.
Inclusive
um de Ribeirão Preto, que levou a ele a entrevista do pernambucano Jimmy
Albuquerque, publicada na edição de 10 de julho, em A CIDADE, em que ele conta
sua saga para se livrar de um câncer na cabeça.
Assunto polêmico
Radicado
há 38 anos nos EUA e desenganado pelos médicos, Jimmy resolveu seguir dieta
radical prescrita por um médico da Califórnia, que proibiu o consumo de leite e
prescreveu cardápio baseado principalmente em folhas, legumes e frutos crus e
sucos.
Albuquerque
não só recuperou a saúde, como fez curso de morfologia e passou a fazer
palestras para relatar sua experiência. Foi esse depoimento, com o contraponto
de médico do Hospital de Câncer de Barretos, que mantém o leite na dieta dos
pacientes, que levou o professor Gustavo Vilela a escrever para A Cidade. A
carta dele foi publicada na quarta-feira passada e acabou por nos levar a
conversar com o especialista.
O câncer tem dieta
Nascido
em Franca e formado na USP de Ribeirão Preto, em 2001, na 41ª turma, Gustavo
Vilela reitera que a dieta para a cura de câncer já foi mostrada em diversos
estudos, um deles do médico norte-americano Collin Campbell, autor do clássico
pró-vegetarianismo "O Estudo da China".
"O
paciente com câncer, às vezes, pergunta "o que eu posso comer". E
quase sempre ouve "o que quiser" de resposta. Eu acho isso, no
mínimo, um absurdo. Para toda doença, há um tipo de dieta. O paciente com
câncer não pode comer o que quer. Existem alimentos ricos em açúcar e gorduras
que estimulam a proliferação de tumores. É preciso que o paciente com câncer
siga uma dieta, no mínimo anti-inflamatória que restrinja os alimentos com
carga glicêmica muito alta. Infelizmente, não se fala muito em regime no
tratamento do câncer", diz Gustavo Vilela.
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