Será o seu relacionamento uma maldição ou bênção?
Miguel Lucas
IMPACIÊNCIA,
UMA ARMA PRONTA A DISPARAR
A VULNERABILIDADE DA RAIVA
QUANDO PRECISAMOS DE PACIÊNCIA
O QUE É A PACIÊNCIA?
VIRAR-SE PARA NÓS MESMOS É DO NOSSO INTERESSE
SENTIR
RAIVA É UMA CAUSA DE DOR
A
IRRITABILIDADE SEPARA-NOS DOS OUTROS E BLOQUEIA O ACESSO À SABEDORIA INTERIOR
QUANDO
CONSEGUIMOS CONFIAR EM NÓS MESMOS PARA SERMOS PACIENTES, ACCIONAMOS O
AUTO-RESPEITO E FORÇA INTERIOR
PERCEBERMOS O QUE QUEREMOS SER
As
dificuldades no seu relacionamento são uma maldição ou bênção? Qual
é o propósito do seu relacionamento? Para algumas pessoas, uma relação de
parceria é compartilhar os encargos financeiros, para alguns é criar os filhos,
para alguns é para agradar aos seus pais, para alguns é uma
fonte de sexo seguro. E, claro, há tantos propósitos quantos relacionamentos
existirem. Mas algumas pessoas vêem a relação como a cereja em cima do bolo,
têm como objetivo que a sua relação ajude o casal a expandir-se em sabedoria e
poder pessoal, a construir um terceira entidade: o seu relacionamento. Para essas almas
corajosas, o propósito da relação é potenciarem-se, é puxarem-se para cima,
tanto quanto possível e construírem algo que lhes seja comum. O objetivo
principal é construir um
relacionamento extraordinário.
Existem,
no entanto, alguns outros casais que focam as suas energias na
competitividade, em ficarem melhor e terem razão em relação ao outro provando
que o outro está errado, essas pessoas restringem o seu progresso através da
irritação constante e da excessiva argumentação, constroem uma estrutura mental
esculpida no orgulho pessoal e não na construção e desenvolvimento.
IMPACIÊNCIA,
UMA ARMA PRONTA A DISPARAR
Vamos
ser peremptórios e levar em consideração que na grande maioria das vezes a
impaciência transforma-se em raiva. Expressar a energia da raiva pode ser
viciante. Por quê? Bem, porque dá um senso de utilidade, de capacidade e ação,
há um imediato alívio da angústia subjacente à raiva, embora em curto prazo.
Esta é a mesma razão porque bebemos quando temos medo, ou comemos quando nos
sentimos sós, mas estas estratégias têm o reverso da medalha, só
funcionam por poucos minutos. É o ganho em curto prazo, que se transforma
no principio da dor em longo prazo.
Outra
forte razão que solidifica a noção da que a raiva pode ser viciante, é que
quanto mais vezes nos deixamos absorver pelo momento quente da
impaciência, o “hábito” torna-se mais enraizado. A tolerância para o sentimento
de raiva aumenta. E, quando disparada, podemos inconscientemente,
automaticamente, aumentar a irritabilidade com as pessoas que interagimos ou
mesmo os nossos ente queridos. A pessoa num estado de
raiva, entra normalmente em negação sobre os efeitos da raiva sobre
os outros, bem como nela mesmo. Esta tolerância crescente para a expressão da
raiva explica o fato de que a violência doméstica pode começar com observações
de desprezo, e ao longo do tempo aumentar para mais, podendo emergir para
perigosos ataques físicos.
A VULNERABILIDADE DA RAIVA
Raramente
temos explosões de raiva de forma espontânea, ou seja, vindas do nada. No que
toca aos relacionamentos, a raiva pode ser considerada como uma construção a
longo prazo. Pouco a pouco vão crescendo algumas ervas daninhas que constroem o
substrato da raiva, alimentam-na, fazem-na crescer ao ponto em que se torna autônoma
e automática.
As
nossas irritações diárias, julgamentos e erros que experimentamos nos
relacionamentos podem ser subtis. Podemos nem mesmo reconhecer que estamos
sendo impacientes. Mas essas irritações menores podem ser muito destrutivas
para a manutenção do “porto seguro” que todos nós queremos nos nossos relacionamentos
mais íntimos.
Quando
tudo está indo às mil maravilhas nas nossas relações, não há problema. Mas, nem
sempre é assim, vem o dia em que , por exemplo, alguém nos faz
esperar quando estamos prontos para sair, ou nos dá “aquele olhar frio”, ou faz
uma observação sarcástica, ou fala sobre nós, ou critica o nosso pais, ou
chama-nos estúpidos e nós ficamos fora de nós, pensamos: “Ninguém me vai
tratar assim”.
O
ciclo passa a ser contínuo e vai crescendo, a paz primeiro, e depois alguém faz
ou não faz alguma coisa, o outro se sente insultado, julgado, ou com medo. Em
seguida, retraimo-nos ou atacamos. E, depois, à distância a pressão interna vai
aumentando. Chega a um ponto em que inevitavelmente o vulcão emocional
entra em erupção, deixando ainda mais dor no seu rescaldo. Pode voltar a
existir um breve período de paz, mas, em seguida, o ciclo começa novamente. E
isto se torna cansativo.
Bem,
se você quiser escapar dos ciclos intermináveis de farpas e bálsamos, e ao
mesmo tempo crescer e procurar entendimento
no relacionamento, há uma saída. Tem de trabalhar arduamente na
virtude da paciência à moda antiga.
QUANDO PRECISAMOS DE PACIÊNCIA
A necessidade de termos paciência ocorre quando somos
desafiados numa das duas maneiras:
§ Obtemos
algo que não queremos/gostamos
§ Não
obtemos algo que queremos/gostamos.
Nestes
casos, temos a sensação de que as coisas não estão indo no caminho certo. É
quando os nossos egos chocam. Com impaciência, emerge a irritação com algumas
coisas que parecem atrasar-nos, ficamos com a percepção de que as coisas estão
movendo-se a um ritmo mais lento do que queremos.
Estes
desafios fazem sentir-nos mais vulneráveis, possivelmente com medo, e o mais
provável é que passemos a ter respostas instintivas para nos protegermos, aos
nossos valores e a tudo o que é “nosso”. A pressão interna e ansiedade vão subindo à medida que as
frustrações se vão somando. A ausência de paciência empurra-nos de forma
urgente para continuar o nosso caminho à nossa maneira. Sempre que a tensão
interna aumenta, sempre que a frustração se faz sentir e a luta de egos entra
em ação, acionar a virtude da paciência é imperativo.
O QUE É A PACIÊNCIA?
De
acordo com a Wikipédia, Paciência
é uma virtude de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma,
ao longo do tempo. Consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos
indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda ordem,
de qualquer hora ou em qualquer lugar. É a capacidade de persistir em uma
atividade difícil, tendo ação tranqüila e acreditando que você irá conseguir o
que quer, de ser perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes,
de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido, capacidade de
ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar
da ansiedade. A tolerância e a paciência são fontes de apoio seguro nos quais
podemos confiar. Ser paciente é ser educado, ser humanizado e saber agir com
calma e com tolerância.
VIRAR-SE PARA NÓS MESMOS É DO NOSSO INTERESSE
A
paciência é o processo de nos voltarmos para dentro de nós mesmos e entrar
em contato decreto com a pressão interna, e igualmente com a calma e tranqüilidade.
É tomar consciência dos sentimentos vulneráveis (pensamentos e
sentimentos negativos) e inquietação, e em
consciência não inflamar os acontecimentos ou situações que fizerem disparar a
defesa do ego. Devemos fazer um esforço para não escalar e exacerbar os
pensamentos e sentimentos negativos avaliando o quão “maus” são. Tente
apenas presenciar a sensação de desconforto, sem que necessariamente tenha de
agir nesse estado. É preciso coragem. É preciso treinamento mental para
enfraquecer os hábitos antigos que nos conduzem para o insulto, ou retirada.
O
que é então a paciência? É entrar em contato com o impulso emocional para
fazer alguma coisa em reação ao que nos provocou e conseguir travá-lo. O
impulso emocional pode ser para criticar, para nos defendermos, para comer em
excesso, para usar uma substância aditiva.
Não é um traço de caráter fácil de desenvolver.
Então, porque devemos desenvolver a paciência?
SENTIR
RAIVA É UMA CAUSA DE DOR
Uma
das razões para trabalhar na impaciência da raiva é que o
hábito da raiva torna-se mais e mais fortes ao longo do tempo. Pense na
forma como um alcoólico desenvolve uma tolerância ao álcool. O mesmo acontece
com a raiva, quanto mais nos deixamos experimentar e viver essa sensação,
mais enraizado fica esse disparo emocional tremendamente forte. E à medida
que o tempo vai passando a irritabilidade vai aumentando. A raiva
alimenta o mau-humor, a intolerância e tolda o raciocínio e a clareza de
pensamento.
A
IRRITABILIDADE SEPARA-NOS DOS OUTROS E BLOQUEIA O ACESSO À SABEDORIA INTERIOR
Quando
acionamos o nosso ciclo aparentemente interminável de “velhas histórias”
perdemos a presença de espírito conosco e com os outros.
Exemplo:
“Eu não posso acreditar que ela fez isso de novo! Eu disse-lhe que aquilo me
incomodava. Como é que ela pode estar no mundo da representação desta forma?
Isto nunca irá dar certo”.
Num
estado de irritabilidade acionando por “velhos” problemas, acionamos igualmente
os mesmos padrões de pensamento e comportamento. Não conseguimos trazer
luz aos assuntos e fazemos disparar as velhas lengalengas do costume. Não damos
a nós mesmos oportunidade de aceder a formas mais assertivas e sábias de
raciocínio e resolução de problemas.
QUANDO
CONSEGUIMOS CONFIAR EM NÓS MESMOS PARA SERMOS PACIENTES, ACCIONAMOS O
AUTO-RESPEITO E FORÇA INTERIOR
Quando
acedemos ao momento que fica entre os estímulos e a resposta, abrimos uma
janela à consciência e sabedoria interna. Percebemos que podemos não ser vítimas de nós mesmos,
que não precisamos de “morder o anzol”. Percebemos que temos oportunidade de
fugir aos “velhos” hábitos que tantos problemas nos têm dado. No espaço entre o
estímulo e a resposta fica alojada a paciência. Quando ficamos nesse intervalo
de bem-aventurança, emerge em nós uma força interior tremenda que nos permite
ter confiança em nós mesmos no
sentido de permanecermos calmos, tranqüilos e conseguirmos encontrar uma
resposta assertiva para o problema entre mãos.
PERCEBERMOS O QUE QUEREMOS SER
Para
refletirmos é necessário acalmarmos a nossa mente. Para fazermos uma pausa
introspectiva na nossa vida é necessário cultivar a virtude da paciência.
A paciência permite-nos entrar num estado de reflexão interna, permite a
ponderação e a análise de várias opções e possibilidades. Permite-nos aceder à
razão e assim em consciência conseguimos perceber como queremos ser e agir em
determinadas situações.
Dica:
Nos relacionamentos, mas igualmente na vida em geral a paciência é uma virtude
que alimenta as decisões ponderadas. A paciência deixa-nos aceder ao momento
presente e atualizarmos as respostas em função dos acontecimentos do momento. A paciência ou
ausência dela é um fator chave na transformação dos relacionamentos em maldição
ou bênção.
Abraço
Fonte: http://twixar.com/cXEUhFXc
Sabes que sou um cara calmo, quando não aguentei mais a repetição de cenas que duraram 16 anos me separei e me tornei uma pessoa melhor! Tudo aí em cima é verdade. Abraço.
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