O FILÓSOFO COMO COORDENADOR CULTURAL

O filósofo é como um coordenador cultural. Isso é o que diz Richard Rorty (dentre outras coisas). Mas que significa isso ?

Diria que um dos itens necessários para esse empreendimento é saber mediar conflitos de interesses em uma sociedade, para coordenar mudanças.

Mas como se faz isso, mesmo?
[Image] Para Rorty, filosofar é
coordenar mudanças Outro dia, lendo um artigo sobre o grande filósofo contemporâneo Richard Rorty me deparei com uma idéia fascinante dele.

A de que um filósofo é como um coordenador cultural. O filósofo seria, para Rorty, um trabalhador intelectual que media discussões, oferecendo um novo vocabulário que facilitem a reflexão e o debate.
OBS: Note que "vocabulário" é um termo equivalente a "repertório de comportamentos verbais". O filósofo, dizendo de forma behaviorista, enriquece o repertório pró-debate das pessoas.

Dificilmente o filósofo é um vanguardistaque demanda o novo. Esse papel costuma estar na mão dos técnicos, inventores, artistas, gênios de diversas áreas, empresários, gente da Economia, etc. Por outro lado, as alas conservadoras da sociedade costumam ser povoadas por famílias, religiosos, e todo tipo de pensador que quer manter tradições do passado (incluindo alguns filósofos, artistas e intelectuais).OBS: Nem sempre o novo é "bom", e nem sempre quem é conservador age por mero comodismo e medo do novo. Há casos e casos a considerar...
[Image] Regras do jogo (apenas ajudando no fair play).
Em certo sentido, o filósofo como coordenador cultural faz o meio-de-campo entre os "atacantes" (vanguardistas, que querem mudanças) , e "zagueiros" (os tradicionalistas, que querem que as coisas se mantenham tais quais estão). Com sua visão tática do jogo, o filósofo atua no centro do campo, coordenando estrategicamente, mas sem estar com a posse da bola (ao menos não o tempo todo) e, principalmente, sem ditar as regras do jogo (apenas ajudando no fair play).

Seu trabalho intelectual/cultural é facilitar mudanças úteis, interessantes para a sociedade, garantindo assim um ambiente de ética, cidadania, solidariedade.

O papel do filósofo, como coordenador cultural, não é descobrir o que é a Verdade, mas sim garantir o futuro,ao ajudar as pessoas a mapearem o presente e criarem ferramentas linguísticas para decidirem que rota tomar.

Fonte:http://neopragmatismo.blogspot.com/

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