Quanto vale a sua palavra?
Por Luah Galvão

Enfim,
hoje temos o péssimo hábito de prometer da boca pra fora uma lista
infindável de pequenas coisas: ”Te ligo mais tarde hoje!”, “Amanhã volto pra
comprar!”, “Passo na sua casa as 8 em ponto!”, “Segura essa oferta que o carro
é meu!!”. E não ligamos mais tarde, não voltamos para comprar, chegamos com 40
minutos atraso e não voltamos para comprar o carro que ficou reservado e também
não ligamos para justificar, avisar, cancelar ou explicar, só para piorar a
situação!
É triste
afirmar que muitos de nós, e eu me incluo nisso, falamos por falar !! Parece
que esse comportamento é mais fácil do que assumir o desinteresse, as meias
vontades e até um atraso real. A coisa está tão feia que a recíproca é
verdadeira e hoje o que acontece do outro lado é o seguinte:
Seu amigo
não espera mais a sua ligação e vai fazer as suas coisas, o vendedor não separa
mais aquele objeto pra você, seu amigo não vai te esperar pronto e você vai
ficar esperando pelos retoques finais e o vendedor é claro que vai vender o
carro pro primeiro que se interessar …
No mundo
corporativo não é diferente, quantas vezes você não escuta: “Em 5 minutos te
entrego esse relatório” e o relatório só vem no dia seguinte. “Preciso desses
números pra ontem !!” você corre como louco e o prazo era para próxima semana.
“Amanhã todos aqui mais cedo para uma reunião importante” e quem marcou se
atrasa.
Tanto no
universo “pessoal” como no corporativo a coisa está na mesma, o ciclo da “boca
pra fora” já está virando um hábito e aqueles que são firmes em suas palavras
ou que dependem da palavra alheia estão ficando literalmente ilhados num mundo
de falsas expectativas ou ilusões.
Minha
ficha caiu no Camboja e a lição foi dada por uma mocinha muito simples
vendedora de roupas típicas numa barraca de rua. Gostei de uma peça, mas fiquei
numa dúvida se devia ou não investir. Olhei, revirei a peça e devolvi para
mocinha que cordialmente indagou “mas a peça ficou tão linda, porque não leva?”
e eu respondi da boca pra fora … “amanhã passo aqui de novo e levo”. Ela
me olhou de modo triste e retrucou “ontem uma moça como você disse a mesma
coisa e reservei o dia todo a peça pra ela, mas até agora ela não veio, acho
que não vai cumprir sua palavra, eu sei que você vai acabar fazendo o mesmo”,
falou sem ofender, falou o que o seu coração sentia e entendia. Ela como
cambojana vem de um povo que dá valor para tudo aquilo que diz, como em geral fazem
povos de muitos países asiáticos que conhecemos durante a viagem.
Saí de lá
pensando no número de vezes que para evitar dizer um não ou me livrar mais
rápido de uma situação, falei o que deu na cabeça sem realmente prestar atenção
que aquilo que dizia não tinha valor. Depois dessa experiência vivenciamos
outras situações entre povos que matém aquilo que dizem e só proferem algo
quando tem a certeza de que podem cumprir.
Chegamos
a conclusão que o mundo dos que tem palavra é mais motivador, mais simples,
mais fácil e mais gostoso de se viver pois basta acreditar naquilo que se
escuta e falar aquilo que se acredita, nada a mais …
E você,
qual é o valor da sua palavra ??
Comentários
Postar um comentário
Teu comentário é muito valioso. Se positivo será um estímulo, se negativo me permitirá aprimorar.